* Por Guilherme Gomes
Muito provavelmente você já se perguntou sobre as possibilidades de inovar na maneira como o cliente interage com a sua marca. Uma boa opção, que costuma ser eficaz, é a criação de aplicativos para dispositivos móveis, gerando uma experiência personalizada para o cliente interagir com o seu produto/serviço como e onde quiser.
Uma dúvida frequente é sobre como fazer para chamar atenção em meio a tantos aplicativos já instalados no celular das pessoas. Afinal como se destacar competindo com quase três milhões de aplicativos (Statista, 2020) já existentes nas principais lojas?
Essas e outras perguntas passam pela cabeça de tomadores de decisão no momento de alocar recursos para desenvolver canais de interação com o cliente. Quem acompanha o mundo da tecnologia sabe: as tendências formam padrões de ondas que evoluem com os avanços de hardware e software.
Nos últimos 20 anos, vimos as empresas migrarem do website institucional para a atuação nas redes sociais e desenvolverem aplicativos para celulares. A próxima onda será a de interação por voz com assistentes virtuais inteligentes.
Pode parecer coisa do futuro, mas já faz nove anos que usuários de iPhone conversam com a assistente virtual Siri, seis anos que os usuários do sistema operacional Windows 10 podem interagir com a assistente da Microsoft – a Cortana – e quatro anos que a Google lançou a sua caixa de som inteligente, a Google Nest.
No Brasil, algumas dessas tecnologias se difundiram mais tardiamente: em novembro de 2020, a Amazon celebrou um ano da chegada da sua assistente virtual, a Alexa, no país. Já que as quatro maiores empresas de tecnologia do mundo estão investindo em interações por conversas, talvez devêssemos todos estar atentos às possibilidades que essas interações propiciam.
Muito além dos pedidos de “Me lembre de comprar leite” ou ainda “Toque uma música”, o modelo de extensão desses assistentes inteligentes permite que você substitua longas jornadas de navegação em sistemas complexos por frases simples. Já imaginou, em vez de ligar o computador, acessar o seu sistema ERP (Enterprise Resource Planning, sistemas que se propõem a controlar todas as áreas da empresa), abrir o módulo de pagamentos, fazer filtros, simplesmente dizendo: “Alexa, quais pagamentos vencem hoje?” Ou ainda “Quando foi a última vez que o funcionário X tirou férias?”. Podemos somar à facilidade de interação a preocupação com acessibilidade, as possibilidades de notificação e a autenticação integrada que os assistentes virtuais trazem de forma embarcada.
Um relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Capgemini (Capgemini Research Institute, 2019) mostra que, até 2020, 70% dos consumidores pesquisados pretendem substituir visitas a lojas e bancos por interações por voz com seus assistentes virtuais. Estamos no começo dessa onda, já que 40% dos consumidores pesquisados tiveram o primeiro contato com um assistente virtual no último ano e 46% disseram se sentir tão confortáveis em conversar com seus assistentes de voz, tanto quanto se conversassem com outra pessoa.
Do ponto de vista das empresas, 76% das organizações que investiram no desenvolvimento em assistentes de voz puderam mensurar benefícios, como redução do custo com atendimento ao cliente e redução da taxa de abandono (churn).
Soluções para assistentes virtuais por voz oferecem possibilidades inovadoras de interação com as marcas e são diferenciais para produtos e serviços que queiram conquistar a atenção de consumidores cada vez mais exigentes. Empresas como iFood e Uber já estão presentes na Alexa, compondo uma lista de habilidades do dispositivo que conta com pouco mais de 1.400 itens. Produtos e serviços que desenvolverem o canal de interação com os seus clientes através da voz sairão na frente nesta corrida.
Seguir as tendências é atender às necessidades do consumidor no contexto tecnológico em que elas se dão. Portanto, não pense duas vezes antes de abraçar a interação por voz com assistentes inteligentes e, com ela do seu lado, abrir muitas portas para sua marca!
* Guilherme Gomes é sócio-diretor da agência Cave Digital.