A HT3 Investimentos, holding do setor fármaco-hospitalar e parte do H. Egídio Group, lidera um aporte de R$ 10 milhões na Central da Visão, healthtech voltada a oferecer cirurgias oftalmológicas a preços acessíveis em clínicas particulares. Com participação de investidores como Hangar 8 Capital, Gávea Angels, 4AM Capital, Sororitê Angel Network e Columbia Ventures Brazil, a rodada de captação ainda inclui o Harvard Angels of Brazil e GV Angels em fase final de investimento.
A entrada da HT3 marca a estreia do H. Egídio Group em investimentos diretos no setor de startups da área de saúde. Com mais de 37 anos de experiência em produtos e serviços hospitalares, a holding enxerga a ampliação para a saúde humana como uma oportunidade de atender melhor as demandas dos pacientes. Segundo Tiago Simon Egídio, CEO da HT3, a decisão reforça o compromisso da empresa em se aproximar do consumidor final, adaptando seu modelo de atuação às necessidades diretas de quem busca assistência médica.
O CFO da Central da Visão, Guilherme Almeida Prado, conduziu o processo de captação, contando com assessoria da VoxPak M&A Advisory & Value Generation e Zaxo M&A Partners. Guilherme destaca que a experiência da HT3 em tecnologia e geração de demanda traz à startup um suporte estratégico para expansão.
“A expertise acumulada pelo grupo H. Egídio, que ampliou seu faturamento de R$ 100 milhões para R$ 1 bilhão em seis anos, reforça o potencial de desenvolvimento do nosso modelo de negócios”, explica.
Fundada em 2017, a Central da Visão já realizou mais de 20 mil cirurgias oftalmológicas e projeta alcançar a marca de 100 mil cirurgias até 2026. A startup conta com uma rede de mais de 50 clínicas afiliadas e 200 oftalmologistas que atuam em 14 estados do país. Em 2023, o volume transacionado pela plataforma foi de R$ 27 milhões, gerando uma receita de R$ 5,5 milhões.
O crescimento da Central da Visão se deve, em grande parte, a seu modelo de negócios asset light, que permite a rápida ampliação dos serviços oferecidos por meio de tecnologia. A CEO da empresa, Marta Luconi, aponta que a startup foca no atendimento a uma demanda reprimida, especialmente em casos de catarata, uma das principais necessidades oftalmológicas no Sistema Único de Saúde (SUS), onde mais de 500 mil pacientes aguardam na fila por atendimento.
Com o envelhecimento da população brasileira, a tendência é de que essa demanda aumente. A startup vê isso como uma oportunidade para expandir sua presença em mais cidades e adicionar novas subespecialidades da oftalmologia. Segundo Marta, o potencial de crescimento é contínuo, especialmente em mercados que ainda não foram atendidos pela rede pública e onde há uma grande procura por cirurgias oftalmológicas.
HT3 Investimentos aposta em tecnologia para aprimorar o atendimento
O investimento será utilizado na ampliação da tecnologia que suporta a jornada cirúrgica dos pacientes. Um dos principais recursos da Central da Visão é o CRM proprietário da empresa, o Farol, que gerencia mais de 500 mil mensagens por mês entre pacientes e a equipe de atendimento. Atualmente, a plataforma conta com uma base de mais de 300 mil usuários e é desenhada para oferecer uma experiência de jornada individualizada.
Diferentemente de outras healthtechs, que têm como foco planos de saúde ou redução de custos para o setor médico, a Central da Visão direciona seus esforços para o público Out of Pocket — aqueles que buscam alternativas particulares fora dos planos tradicionais. O CTO da startup, Ronaldo Abati, destaca que o sistema foi desenvolvido para proporcionar uma experiência mais ampla e personalizada, cobrindo desde o agendamento até o pós-operatório.
A Central da Visão também busca atender a uma necessidade social relevante. A demanda por cirurgias de catarata no Brasil é alta, e a falta de acesso ao tratamento no sistema público de saúde prejudica a qualidade de vida dos pacientes. A startup mensura o impacto de suas operações com o objetivo de oferecer um serviço que vá além dos resultados financeiros, contribuindo para a inclusão social ao garantir que pacientes possam manter sua independência e qualidade de vida.
Ao oferecer um serviço mais acessível, a startup possibilita que pessoas que de outra forma estariam afastadas do mercado de trabalho, devido a condições oftalmológicas, voltem a integrar a sociedade e o ambiente profissional. Para Ronaldo, o acompanhamento dos resultados é uma prática sistemática da empresa nos últimos três anos.
Com o novo aporte, a Central da Visão se prepara para uma expansão estratégica, afiliando clínicas em novas regiões e aumentando seu impacto no setor de oftalmologia. Os novos recursos permitirão aprimorar as subespecialidades oftalmológicas atendidas, integrando tecnologia de ponta a processos cada vez mais precisos e eficientes.
Além do crescimento orgânico, o investimento também é visto como uma oportunidade para solidificar a posição da Central da Visão como referência no atendimento oftalmológico acessível, ampliando sua influência no mercado nacional e elevando o padrão de atendimento na saúde visual.
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