A VirtusPay, fintech especializada no parcelamento de compras online por boletos, levantou R$ 100 milhões por meio de uma debênture – captação de recursos por meio de títulos – financeira. Além dessa operação, a fintech já tinha realizado em julho deste ano uma emissão privada no valor de R$ 25 milhões, totalizando R$ 125 milhões.
Estruturada pela VERT Capital, os recursos da última operação serão utilizados para a aquisição de Cédula de Crédito Bancário (CCB) originadas pela plataforma mantida e desenvolvida pela VirtusPay, representando operações de Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Os papéis foram comprados por grandes investidores do mercado, entre eles Ibiuna, Augme, Verde Asset, Schroeders e outros.
“Para nós é uma alegria muito grande poder contar com a credibilidade de grandes casas que participaram dessa nossa rodada. É mais um importantíssimo marco na história da nossa companhia que segue não somente como a líder no mercado de Buy Now Pay Later na América Latina, mas também como a mais confiável. É uma validação extremamente importante dos nossos modelos de risco, mostra que desde 2017 temos tido um cuidado muito grande de preparar, testar e validar os nossos algoritmos. O mercado brasileiro e latino de forma mais geral traz muitas peculiaridades, desde onde buscar a melhor informação, a que custo e por onde adquirir clientes, explica Gustavo Câmara, CEO da VirtusPay.
Para Gabriel Lopes, sócio da VERT Capital, essa operação mostra o bom momento que as fintechs que oferecem crédito “buy now, pay later” estão atravessando durante a pandemia. “O fechamento das lojas físicas durante a pandemia só contribuiu ainda mais para um movimento que temos visto cada vez mais que é de crescimento de transações online. Estamos acompanhando empresas de todos os tamanhos apostando nessa modalidade de crediário e recorrendo ao mercado de capitais para captar recursos através de estruturas de securitização. A securitização acaba sendo um caminho alternativo e saudável de financiamento. Os volumes das emissões estão cada vez mais expressivos. Além disso, é uma maneira de acessar o mercado de capitais sem abrir mão do controle da empresa. E, do nosso lado, usamos nossa expertise para entregar a melhor experiência aos nossos clientes”, afirma.
“O momento é muito oportuno para as fintechs brasileiras, cujo crescimento tem sido bastante expressivo, mas com carteira de crédito ainda tímida para o tamanho do mercado brasileiro. No entanto, é importante que construam equipes com experiência na área de risco de crédito e fraude, não apenas em modelos quantitativos de crédito”, afirma Vivian Yumi Murakoshi Lee, sócia e Co-CIO da estratégia de crédito da Ibiuna Investimentos.
“Acompanhamos o trabalho da VirtusPay há mais de 1 ano e entendemos que o investimento tinha uma relação de risco e retorno ajustada”, explica Marcelo Urbano, diretor de investimentos da Augme Capital.
“Emissões de fintechs P2P com boa governança, controle de risco e qualidade de originação tem permitido um maior acesso dos fundos de investimentos a carteiras de recebíveis de pessoas físicas e pequenas empresas. Esse mercado tem um potencial enorme à medida que as Fintechs vão ganhando tamanho, garantindo aos fundos o acesso direto a carteiras de recebíveis com ótima relação de risco retorno e permitindo uma fonte adicional de diversificação em relação a debentures corporativas e letras financeiras. Para que o crescimento dessa indústria seja sustentável é sempre importante que os investidores tenham um processo de análise bastante diligente, avaliando os acionistas, corpo executivo, histórico de originação e inadimplência, motor de crédito e capacidade da Fintech de ganhar escala”, explica Daniel Palaia, Head da Schroder Investment.
Segundo uma pesquisa recentemente publicada pela Worldpay e divulgada pelo site americano CNBC, o crediário digital somou quase US$ 100 bilhões em transações, ou 2,1% do e-commerce global. E não para por aí. A expectativa é que essa proporção chegue a 4,2% até 2024.
Foto de destaque: Gustavo Câmara, CEO da VirtusPay.
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