* Por Alexandre Gotthilf
A metodologia OKR (Objective and Key Results; objetivos e resultados-chave em português) existe no mercado já há algum tempo e vem transformando o dia a dia de diversas empresas ao redor do mundo nos últimos anos. Criada por Andrew Grove, ex-CEO da Intel, o sistema de gestão vem contribuindo para que as companhias alcancem seus objetivos de forma mais simplificada e eficiente.
A Intel, multinacional norte-americana, segue o método de OKR como estratégia de negócio, assim como o Google, empresa que tornou-se um dos maiores conglomerados de tecnologia do mundo, a partir da implementação da metodologia, a companhia passou de 40 para mais de 120 mil funcionários utilizando a metodologia. Mas por que a OKR é tão eficiente e colabora tanto para o sucesso das empresas? É isso que iremos avaliar neste artigo. ]
Para isso, compartilho minha experiência na adoção do OKR na gestão dos negócios. Hoje o método é uma realidade na Plugify. Há três anos iniciamos o processo de implementação do OKR em nossas áreas, contudo apenas no último ano de fato o método tornou-se efetivo em nossa operação. Foram dois anos de tentativas, ajustes e adequações para engajar nossos times no entendimento da metodologia até, finalmente, alinhar com todo o grupo os nossos objetivos de negócios, que é a principal premissa do OKR.
Mais do que definir objetivos e mensurar resultados
Ao longo do nosso processo de aprendizagem o método começou a ser aplicado de forma parcial, ou seja, apenas para uma parte de empresa, restrito a um grupo de líderes, essa conduta nos mostrou que dificilmente mudaria a gestão dos negócios, pois restringe o conhecimento para poucos, o que não faz sentido, uma vez que o principal objetivo é ter alinhado o objetivos de negócios com todos os colaboradores.
Por isso, aprendemos que é necessário criar ações, iniciativas e eventos internos que envolvam e levem ao engajamento das equipes. Um exemplo, é estabelecer uma agenda recorrente para apresentar de forma voluntária a evolução das equipes com o OKR. A experiência positiva dos colegas contribuiu para estimular outros colaboradores a quererem fazer parte do processo e, assim, amadurecemos e consolidamos o método em nossa gestão.
Joaquim Torres, mais conhecido como Joca, hoje mentor da Endeavor e um dos maiores especialistas nessa metodologia, também reforça como o poder da rotina pode tornar a operação das empresas mais eficientes. A meu ver, a orientação de Joca se fez fundamental para que, de fato, obtivéssemos sucesso na implementação do OKR em nossa operação.
Para implementar o OKR de maneira efetiva, além de buscar um ponto de partida sólido, como uma boa mentoria, conforme mencionado no parágrafo anterior, a primeira coisa que deve ser feita é diferenciar o objetivo dos resultados (key results – KR’s). Os objetivos são coisas como “tornar-se líder do mercado” ou “dobrar o número de clientes”, já os key results são as metas menores estipuladas na gestão da empresa que irão contribuir para que o objetivo principal seja alcançado. Se o objetivo da sua empresa é ser líder do mercado, os KR’S serão utilizados como objetivos menores, por exemplo: KR1 – Aumentar em 50% o número de parcerias; KR2 – Dobrar o número de inscritos na newsletter; KR3 – Alcançar mais de 80 municípios da região Centro-Oeste.
Ou seja, as KR’s são as estratégias que as empresas devem tomar para atingir os objetivos principais, geralmente para cada objetivo são separadas 3-5 KR’s que são divididas a todos os colaboradores da empresa. Com isso, aumenta-se o engajamento e a produtividade, fazendo com que todos os envolvidos fiquem mais criativos e pensem fora da caixinha, contribuindo, desta forma, não só para mudança organizacional de uma empresa, mas também auxiliando para que os colaboradores sejam profissionais melhores e mais preparados para seguir com suas carreiras.
Além disso, a metodologia pode ser usada para os objetivos de cada área específica de uma organização. E para que a OKR seja bem feita é fundamental estabelecer padrões como metas específicas, prazos curtos, e acompanhamento de resultados atingidos. Portanto, a metodologia OKR é bastante adequada para o mundo corporativo, pois contribui para a agilidade nos processos, entrega de resultados, otimizando o tempo e o trabalho dos colaboradores, o que por sua vez impacta diretamente nos resultados de cada um, bem como na satisfação dos clientes. Por esses motivos, a metodologia OKR é, atualmente, a queridinha das empresas, pois se mostra eficaz e ideal para atender as demandas e necessidades atuais.
Alexandre Gotthilf é cofundador e CEO da Plugify, startup brasileira de HaaS – Hardware as a Service que simplifica o acesso e a gestão de TI para empresas de todos os portes. O executivo estudou na Graded School e cursou Relações Internacionais na ESPM e MBA em Administração e Gestão de Negócios na FGV. Antes de criar a Plugify, Alexandre foi Gerente Geral na Pitzi e Trader na Cisa Trading.