*Por Yasodara Cordova
A rápida expansão da internet trouxe oportunidades sem precedentes para a comunicação e a colaboração entre diferentes pessoas, empresas e nações. No entanto, esse movimento também evidenciou as limitações dos sistemas tradicionais. Com cada vez mais indivíduos e instituições migrando para o ambiente online, as antigas formas de estabelecer confiança e segurança tornaram-se rapidamente obsoletas.
Por isso, fez-se necessário desenvolver soluções inovadoras para acompanhar a velocidade e a complexidade desse novo cenário digital. Como resultado, pudemos observar, nos últimos anos, a evolução de tecnologias como a das identidades digitais e a da criptografia, projetadas para criar um mundo online mais seguro e eficiente.
Nesse contexto, a digitalização de países como o Brasil foi impulsionada principalmente por demandas de eficiência — demandas estas que ganharam espaço durante a calamidade da Covid-19. A pandemia funcionou como uma catalisadora, acelerando processos que antes enfrentavam resistência ou andavam a passos lentos.
O que aconteceu foi que a necessidade urgente de fornecer serviços essenciais de maneira remota, como saúde, educação e assistência social, evidenciou a importância de diversas áreas adotarem soluções digitais. Só assim seria possível atender milhões de cidadãos não só à distância, mas de forma ágil e segura.
Durante esse período, o Brasil implementou iniciativas importantes, a exemplo da distribuição do auxílio emergencial, cuja eficiência dependia de plataformas digitais capazes de alcançar populações vulneráveis em regiões remotas. Esses esforços demonstraram como a transformação digital não era apenas uma questão de conveniência, e sim uma necessidade estratégica para garantir acesso, inclusão e eficiência — principalmente em tempos de crise.
Apesar dos avanços consideráveis alcançados no campo da digitalização, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos no aproveitamento pleno das tecnologias digitais. O déficit de eficiência, muitas vezes mencionado como um dos entraves ao progresso, impede que empresas e governos explorem o potencial transformador dessas ferramentas.
Essa lacuna não é apenas um problema operacional: ela representa uma barreira ao crescimento econômico sustentável do país. Diversos estudos mostram que uma digitalização mais ampla, integrada e estratégica pode trazer ganhos expressivos de produtividade em setores-chave, como saúde, educação e logística, o que, consequentemente, tem um impacto significativo no PIB.
Outro desafio que se coloca mediante à transformação digital é relativo aos nossos dados, especificamente a vulnerabilidade deles. Quanto mais aceleramos o processo de digitalização para atender às demandas de eficiência, mais nossa segurança pode ficar comprometida.
Vazamentos e exfiltrações de informações sensíveis têm se tornado problemas recorrentes, especialmente em setores que processam grandes volumes de dados críticos, como o mercado financeiro, a área da saúde e o varejo. Além de prejudicar diretamente indivíduos e organizações, essas falhas minam a confiança no
ambiente digital, que é um dos pilares fundamentais para a adoção de novas tecnologias. Portanto, mitigar esses riscos exige um equilíbrio cuidadoso entre inovação e robustez, priorizando desde o início práticas de segurança avançadas, como criptografia de ponta, autenticação multifatorial e controles de acesso rigorosos.
A construção de um ecossistema digital resiliente demanda, ainda, atenção às três dimensões fundamentais defendidas pela Unico: a privacidade, a segurança e a educação. A primeira garante o tratamento ético e responsável dos dados, assegurando os direitos individuais em um mundo cada vez mais conectado.
Já a segurança implementa barreiras tecnológicas contra ameaças cibernéticas e o uso indevido de informações sensíveis. Por fim, a educação capacita cidadãos, organizações e governos a adotarem práticas mais conscientes, ampliando a compreensão dos riscos digitais. A integração desses pilares é crucial para transformar a digitalização em um motor de desenvolvimento.
Nesse cenário, a adoção de medidas técnicas e organizacionais rigorosas é imprescindível para proteger a integridade e a privacidade dos dados. A implementação de autenticação multifatorial (MFA) e o uso de funções de hash seguras, como bcrypt ou Argon2, são exemplos de práticas que fortalecem a proteção contra acessos não autorizados. Aliadas a isso, técnicas como pseudonimização e anonimização reduzem significativamente os riscos associados ao tratamento de informações sensíveis.
Além disso, o monitoramento contínuo por meio de logs e auditorias, combinado à exclusão automática de dados que ultrapassam o prazo de retenção, reforça a conformidade com regulamentos de privacidade e minimiza a exposição a vulnerabilidades. Esse conjunto de ações não apenas mitiga riscos, mas também estabelece as bases para um ambiente digital confiável, onde inovação e segurança caminham lado a lado.
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