
No último dia de ANUGA Select Brazil 2025, o Fogo Alto convidou especialistas em venture capital, entretenimento, fidelização do cliente e compras para palestrar em seu estande. O programa de aceleração para startups do food service finalizou o terceiro dia de evento com vários insights para as startups do setor.
Os quatro talks do dia levaram reflexões sobre as principais dores das startups e restaurantes do setor, com especialistas como Ana Luiza Palhares, analista de Venture Capital na Bossa Invest e Rafael Araraki, cofundador da Stamina Ventures, que dissertaram sobre como startups podem otimizar seus pitches e apresentações para negociar com fundos de VC; Lilian Varella, fundadora do Drosophyla Bar, e Laiz Iervolino, key account da startup Eshows, que falaram sobre como o entretenimento ao vivo pode atrair clientes.
Além disso, Cibele Oliveira, Gerente comercial regional do iFood, e Fernando Nogarini, fundador da startup Repediu, com uma palestra sobre recorrência de pedidos e fidelização de clientes; Mariana Medina, gerente comercial na Bidfood, e Giuliano Palmeira, CEO da Vmarket, que falaram sobre o poder da cotação de compras no faturamento de restaurantes e bares.
Startups de food service em early stage precisam de estruturação para captar investimentos
Para os especialistas de venture capital, as startups que estão em estágio inicial precisam prestar atenção em alguns pontos para se saírem bem nas captações. Ter metas claras, captables bem definidos e estar focada na atuação da startup faz diferença na percepção dos investidores. “A startup não precisa, necessariamente, estar no break-even, até porque no começo ela não tem tantos clientes, mas ela precisa estar mirando o break-even. Eu acho que isso é um ponto importante. Para a gente, é sempre importante que o investidor tenha essa consciência”, explica Arakaki da Stamina.
Na avaliação de Palhares, existem diferentes tipos de situações, mas, em sua experiência, os deals que andaram mais rápido foram aqueles em que as startups estavam bem organizadas — tanto internamente, entre as equipes, quanto com os co-investidores. “Estavam todos trabalhando juntos para fazer o deal andar”, afirma. Ela ressalta que, embora existam metas ambiciosas — “vamos tentar fazer um deal em 30, 60 dias, é interessante para os investidores, é interessante para as startups” —, na prática, o processo pode demorar e não depende apenas do VC ou do founder. É preciso reunir toda a documentação necessária e ter clareza sobre a participação no negócio. “Basicamente, tem que ter muita calma no momento dos deals”, conclui.
Recompra é diretamente relacionada à experiência do cliente, explica executiva do iFood
Na visão de Cibele, o universo de oportunidades é vasto e com muito potencial, especialmente quando se pensa em recompra. “Ele tá muito correlacionado, primeiro, a custo. E muito em relação à experiência como um todo”, afirma. Ela destaca ainda um ponto muitas vezes negligenciado: a reputação da marca. “O quanto essa marca é realmente forte dentro daquele segmento, o quanto ela tem hoje uma grande reputação, também vai ser muito importante pra esse lugar de recompra e, principalmente, de fidelização.”
Ela cita o exemplo de aplicativos de delivery, onde marcas bem posicionadas conseguem resultados acima da média. “A gente tem hoje parceiros que fazem 30, quase 40% de conversão e tá muito voltado a um bom entendimento de elasticidade, de preço versus oportunidade e também de experiência.” Segundo ela, o segredo está em entender o comportamento do consumidor em diferentes momentos do dia. “No horário do almoço, o tempo de entrega é fundamental. Quando a gente fala do domingo, no jantar, a gente tá falando normalmente da experiência, do pra compartilhar como um todo.”
Para ela, o desafio é casar esses fatores — preço, tempo, experiência — com o momento certo. “A gente precisa entender, não só o nosso cliente, mas o que ele busca naquele momento. E eu acho que entender isso bem casado faz com que a gente pegue ele em todas as oportunidades de consumo. E aí você vai aumentar essa recorrência.”
O Fogo Alto é um programa de aceleração voltado para startups que desenvolvem soluções para o foodservice. Por meio de um modelo de parceria com patrocinadores como iFood, Zig, Comgás, Rational AG, Unilever Food Solutions, Voxline, Bidfood e 2Biz, as startups selecionadas são conectadas diretamente a restaurantes, aplicando suas tecnologias gratuitamente em campo. Além disso, o programa conta com o apoio de Bossa Invest e Stamina Ventures, fortalecendo sua ponte com o ecossistema de investimento e inovação.
No último dia, a aceleradora ganhou o prêmio, votado pelo público, como estande mais inovador da ANUGA Select Brazil 2025. A premiação reflete o esforço da iniciativa para estimular a inovação no setor de food service.
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