* Por Sergio Roque
Minha mulher e filhos estão viajando e estudando espalhados pelo mundo, mas com a tecnologia de hoje estão tão ou mais presentes do que se estivessem comigo aqui em São Paulo.
Então minha mulher brinca e manda uma foto, do que a princípio pensei que era um homem de vestido florido – na verdade era um conjunto camisa e bermuda – com uma estampa que parecia ter sido feita com as camisas dos anos oitenta ou cortinas dos anos setenta.
Meu filho então escreve- Estranho! No que minha mulher rebate- Nada de estranho, o mundo é feito de diferenças. Ela não está errada.
Contudo, aqui resolvi deixar para meu filho minha visão filosófica e escrevi: “Não filho, o mundo é feito da unidade. Porém é a diversidade que permite isso”. Sem diversidade não podemos saber o que é a unidade. Poderia se dizer que uma não vive sem a outra, mas não é verdade.
A unidade vive sem a diversidade, mas não cria nada e não pode manifestar o amor. Por outro lado, a diversidade sem amor só cria mais diversidade, mais divisão baseada no ódio ou indiferença ou preconceito.
O segredo está em ver a unidade dentro da diversidade que é a essência de todos os seres e de todas nossas formas de relacionamento como humanos”.
Em uma empresa de hoje, quando as competências de trabalho em equipe e relacionamento interpessoal são tão exigidas para que os times funcionem cada vez mais perfeitamente, sejam mais produtivos e lucrativos, cabe aos líderes ter este olhar profundo e identificar as pequenas ações do dia a dia que lapidam as pessoas tornando-as diamantes que brilham em qualquer lugar.
Contudo nenhum líder, por melhor que seja, consegue engajar aqueles que não tem vontade alguma de aprender, de se conhecer e de mudar.
No entanto quando o líder encontra o time em que todos tem vontade de ser melhores a cada dia e ele consegue fazer com que as diferenças de cada um, sejam elas étnicas, culturais, sexuais, de gênero, de raça, de credo, de status social, de formação, de experiência ou de temperamentos, sejam diferenciais no processo estabelecido e a colaboração seja a principal soft skill de todo o time, ele tem em sua mão um time vencedor, não importa que jogo ele esteja jogando.
Diversidade é um tema muito falado e debatido hoje em dia, mas sempre o ponto de vista da diferença e não da igualdade. Sempre destacando o que nos separa e não o que nos une. Eu entendo, porque quem tem que contar a história é constantemente o lado mais excluído e sofrido.
Dentro de nós, quando estamos nos conhecendo funciona da mesma forma. É o nosso problema que se destaca, se torna diferença, e a diversidade interior nos impede de enxergar caminhos, soluções e curas.
Se conhecendo você alcança a unidade dentro e fora de si e este estado lhe permite viver e amar toda diversidade fora e curar todas as pequenas doenças dentro.
Vejam que eu escrevi viver e amar e não apenas conviver com todos. Eu escrevi curar e não apenas aceitar as dores de cada um.
Tudo começa com uma atitude bem simples: não espalhe a discórdia e ódio, nunca. Mesmo que empresas e políticos brasileiros não ajudem e os interesses de muitos neste país sejam imorais e criminosos.
Lute contra a pobreza e a ignorância como se fosse o único soldado que restou vivo, porque na sua luta interior para se conhecer e mudar é exatamente isso que acontece.
Não se vê essa unidade com a inteligência lógica, ou seja, somente através dos cinco sentidos, e sim com o coração, ou nosso centro emocional.
Portanto, somente com autoconhecimento para se melhorar nossa inteligência emocional, conseguimos ver uma parte maior de um quadro excepcionalmente belo e perfeito criado com todas as cores do universo.
Neste mundo todos somos diferentes, em essência todos somos iguais.
Sergio Eduardo Roque é coach executivo e de vida com foco em processos de autoconhecimento na SerOQue Desenvolvendo Pessoas. Com formação em engenharia (FAAP) e marketing (ESPM) atua há mais de 25 anos no mercado como executivo e empreendedor.