*Por Luiz Vagner Raghi
Inicio minha abordagem sobre o assunto dizendo a você que quando uma empresa começa a pensar em demitir pessoas é porque já esgotou todas as alternativas possíveis e imagináveis, antes de demissões. Isto é o que fazem as empresas prósperas e que respeitam a sociedade e cumprem seu papel de responsabilidade social corporativa.
Entenda também que esgotadas todas as alternativas de redução de custos que não envolvem pessoas, antes de demitir em massa, ainda existem algumas alternativas.
Alternativas para se adotar antes das demissões em massa:
- Conceder férias às pessoas com período aquisitivo vencido, pois isto reduz o passivo da empresa;
- Conceder férias coletivas que pode abranger todo o efetivo da empresa ou parte dele, também reduz o passivo da empresa;
- Conceder licença remunerada, ou seja, o profissional recebe sem prestar serviços por um período, para manter os profissionais já integrados;
- Deslocar pessoas para outras atividades, no caso de grandes ou médias empresas com produtos ou serviços em mais de um segmento de negócios, por um período;
- Implantar layoff que se trata de uma suspensão temporária do contrato de trabalho, ou seja, um período de inatividade amparado por lei. Neste período o empregado fica disponível para treinamento e recebe uma remuneração negociada com o sindicato da categoria profissional, nunca inferior ao seguro-desemprego e geralmente próxima ao salário líquido. Esta remuneração é paga pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), com duração de até 5 meses. Com esta opção a empresa tem uma considerável redução de despesas;
- Implantar redução da jornada de trabalho e salário, neste caso a redução da jornada pode ser até 25% com redução proporcional do salário, com duração de até 3 meses. A redução pode ser em todos os dias da semana ou em apenas um dia e precisa fazer acordo com o sindicado da categoria profissional. Também com esta opção a redução de despesas é significativa;
Perceba que já temos várias alternativas para evitar demissões em massa e neste sentido a criatividade é o limite, ou seja, cada empresa de acordo com sua realidade e sua estratégia de negócios, pode ter iniciativas diversas antes de praticar demissões em massa. Sendo inevitável demitir, vou abordar sobre as formas recomendadas e menos agressivas de fazê-lo.
Programa de demissão voluntária
trata-se de um procedimento onde a empresa anuncia a necessidade de reduzir certo percentual do efetivo, oferece compensações, além da rescisão contratual com direitos, e abre inscrições para as pessoas interessadas, durante um período, por exemplo 5 dias. Recebidos os nomes dos inscritos efetua uma análise e mantém ou recusa a inscrição, em caso de talento que precisa permanecer na organização, fazendo os devidos esclarecimentos aos profissionais envolvidos. Enfatizo também que a empresa obtém isenção fiscal, naquilo que oferecer às pessoas desligadas, além dos direitos rescisórios.
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Programa de demissões
é a última alternativa a considerar e mesmo assim com alguns cuidados que passo a recomendar a você. Orientar os gestores dos setores envolvidos a avaliar os aspectos profissionais e sociais ao indicar as pessoas a serem desligadas. Por aspectos profissionais considere o desempenho dos profissionais e por aspectos sociais considere as condições de vida, tamanho da família, aspectos de saúde envolvendo a família e outros aspectos relacionados a condição humana.
Esclareço a você que as pessoas que se encontram em estado de ansiedade, preocupação ou medo no ambiente de trabalho, tem seu desempenho afetado em função de um fenômeno físico que ocorre no corpo humano, ou seja, há uma diminuição da irrigação de sangue no conjunto cérebro/mente e isto dificulta o acesso às informações que estão na memória das pessoas. A diminuição da irrigação sanguínea no conjunto cérebro/mente ocorre por contração das veias encarregadas de fazer esta irrigação.
Finalizo esclarecendo a você que no ciclo vicioso, onde as empresas precarizam a sociedade, ao diminuir seu poder aquisitivo, estas terão dificuldades crescentes em se manter e muitas irão sucumbir, algo que já está acontecendo. Ao contrário no ciclo virtuoso, aquele no qual as empresas desenvolvem a sociedade em todos os sentidos, elas se mantem, crescem constantemente, contribuem para o crescimento profissional e pessoal e proliferam. Lembro você que as pessoas contribuem para a execução dos produtos e serviços, ofertados pelas empresas à sociedade, e os consomem quando têm poder aquisitivo. Finalizo esclarecendo que no ciclo virtuoso a imagem da empresa é enaltecida interna e externamente.
*Luiz Vagner Raghi é gestor acadêmico na modalidade presencial e digital, na graduação e pós-graduação, na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mentor e consultor em Desenvolvimento Humano. Ex-executivo de gestão de pessoas em grandes empresas multinacionais.
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