* Por Murilo Borrelli
A partir dos novos hábitos adquiridos pelos consumidores ao longo deste ano atípico, em que praticamente todas as compras passaram a ser feitas online, a expectativa é que as vendas da Black Friday Brasil 2020 sejam ainda maiores que as do ano passado.
Segundo uma pesquisa realizada pela Ebit/Nielsen, o faturamento do varejo digital brasileiro em 2019 foi de R$3,2 bilhões entre a quinta e a sexta-feira da Black Friday, número que representa um aumento de 23,6% quando comparado a 2018. Se antes da pandemia este número já registrava crescimento, mesmo com o receio de muitos consumidores em efetuar suas compras por meio digital, a projeção é otimista. Passamos por um momento em que não havia outra opção e isso fez com que a maioria das pessoas vivesse essa experiência, deixando o medo de lado.
O que antes era uma oportunidade para grandes varejistas e redes de e-commerce, com o passar dos anos, empresas de todos os portes, inclusive startups, viram na temporada de descontos o momento ideal para divulgar sua marca, atrair novos clientes, ganhar força de mercado e, principalmente, impulsionar suas vendas. Entretanto, para que isso aconteça de maneira fluida e sem complicações, o empreendedor precisa estar atento às datas e trabalhar previamente com um planejamento estratégico.
Na prática, o primeiro passo é determinar quais produtos ou serviços a startup colocará em promoção. E quando falamos nisso, os descontos precisam ser reais. Hoje, existem ferramentas que monitoram os preços antes e durante o período. Não seria um bom começo seguir uma política de pouca transparência. O mesmo vale para o frete, que precisa ter seu valor identificado e bem visível no ato da venda. Se o objetivo é aproveitar o momento para atrair novos clientes, este primeiro ponto é fundamental, pois gera confiança na marca.
Neste momento, é preciso pensar também nas formas de pagamento que serão disponibilizadas. Mesmo que a empresa não trabalhe sempre com todas as opções, seria interessante ofertá-las ao menos neste período, para que o cliente encontre a que melhor atenda suas necessidades.
A próxima etapa a ser pensada diz respeito à sua plataforma de vendas e estoque. Como a Black Friday é um período de grande volume de vendas, mesmo que seu negócio seja novo, é preciso estar preparado para o boom. Imagine que seu produto é atraente, o preço está competitivo e muitos consumidores decidem experimentá-lo. Como eles ficariam se não conseguissem acessar seu produto, ou ainda, se o adquirissem e não recebessem por estar em falta no estoque? Seria no mínimo decepcionante.
Ainda nesse ponto, vale ressaltar a preocupação com o prazo de envio. Mesmo que sua empresa possua todos os itens a pronta entrega, é preciso estimar o tempo real de trajeto para o recebimento dos produtos. Isso reduz a ansiedade do cliente e o deixa mais confiante sobre quando sua encomenda chegará.
Do início ao final do planejamento, é preciso pensar sempre na comunicação com o cliente, para que ela ocorra da forma mais assertiva. Para startups, pequenas e médias empresas, o ideal é começar a comunicação alguns dias antes do evento, para que o investimento não seja tão alto e a marca já possa ficar na mente do consumidor para compras futuras.
Além disso, para contornar a concorrência, é indispensável trabalhar um bom planejamento com estratégias de marketing digital aplicadas em data-driven. Agrupar informações das redes sociais dos clientes e leads com plataformas analytics é o que dará o diferencial competitivo para a marca. Sobretudo, é fundamental pensar na Black Friday não apenas como um dia de descontos, pois mapeando os clientes, é possível manter essa comunicação nos próximos meses e eventos.
* Murilo Borrelli, CEO da ROI Mine, agência de data driven marketing, é mercadólogo pela Universidade Anhembi Morumbi e cursa Master em Marketing e Comunicação Digital na ESPM.