Eu sempre fui um grande entusiasta da tecnologia. Posso dizer que toda vez que surgia uma nova solução, sempre queria ser o primeiro a testar e ver como isso poderia funcionar no dia a dia. E ao longo desses anos, a velocidade com que a tecnologia vem evoluindo nos últimos tempos me impressiona mais do que em qualquer momento da história.
Porém, o caminho da inovação não é feito só de flores, não é mesmo? Nessa jornada, algumas promessas de algo totalmente disruptivo, uma plataforma que surgiria de uma hora para outra e mudaria as nossas vidas, não se concretizaram.
Um caso típico recente publicado em uma matéria do Estadão foi a entrega por drones, prometida pela Amazon. Há muito tempo, Jeff Bezos anunciou durante a Cyber Monday, em um comercial de televisão, que em 2015 (provavelmente), “os aparelhos estariam prontos para realizar operações comerciais assim que as regras necessárias estivessem em vigor”.
Quase 10 anos depois e, ainda, há uma série de desafios a serem superados. Com restrições de peso a carregar e distância a cumprir, os drones têm sido utilizados para entregar brindes em regiões mais próximas. Segundo a Amazon, Grã-Bretanha, Itália e mais cidades dos Estados Unidos terão suas entregas por drones até o final de 2024. Vamos esperar para ver.
No entanto, a Amazon não foi a única empresa que não conseguiu ver a sua tecnologia ser implementada e mudar a vida das pessoas. O Metaverso, de Mark Zuckerberg, foi um dos casos mais emblemáticos dos últimos anos. Apesar da grande expectativa colocada na plataforma, pouco vimos sobre o seu avanço desde que o CEO da Meta (antiga Facebook Company) divulgou seu lançamento.
Quem se lembra do Google Glass? Lançado em 2013, o par de óculos inteligentes com base em Realidade Aumentada foi da categoria de uma das principais inovações recentes e sinônimo de tecnologia imersiva diretamente para o fundo da gaveta. Entre tentativas e adaptações, o projeto foi descontinuado.
Esses são apenas alguns exemplos, e eu poderia citar muitos outros ao longo deste artigo, como o Kinnect ou até os aparelhos de televisão 3D. Cada uma dessas ideias, sim, foram descartadas, mas uma parte delas foram usadas e, principalmente, lições foram aprendidas ao longo do processo.
É importante ressaltar que os processos de pesquisa e desenvolvimento que geram essas inovações demandam tempo, dinheiro, estudos e testes frequentes. Por isso, o fato de não darem certo também não significa que devem ser descartados.
Muitas ferramentas foram adaptadas, pivotadas e tornaram-se soluções importantes para o mercado. Além disso, um simples código, uma parte das soluções ou até a mudança na data de lançamento podem ser significativas para recuperar a ideia de uma tecnologia.
Tem um caso muito interessante de que me lembro que é o lançamento do filme “Avatar”, de James Cameron. O roteiro começou a ser escrito em 1994, mas o diretor sabia que não havia tecnologia na época para produzir o filme. O que ele fez? Esperou. O filme foi lançado em 2009 e tornou-se um sucesso de bilheteria.
Então, se a ideia é boa, é melhor esperar? Talvez não. Há o risco de perder o timing e postergar um aprendizado que poderia vir do insucesso já nesse primeiro momento. Nesse meio tempo, a solução seria corrigida e relançada. Porém, “Avatar” é um filme, e a segunda chance poderia vir em um remake, mas sabemos que não teria o mesmo peso. Neste caso, só há uma chance.
O que sabemos é que, quando se trata de inovação, muitas pessoas ainda acreditam que há apenas uma oportunidade, mas não é bem assim. Na área de tecnologia, é possível aprender com os erros e criar algo ainda mais incrível a partir de uma solução inovadora e que tenha sido futurista demais para dar certo em determinado momento.
Como dizem por aí, durante as crises podem surgir boas oportunidades. Por isso, se o objetivo é sermos inovadores, não podemos ter medo de usar a tecnologia e de errar. Aceitar essas adversidades, corrigir rápido e aprender com elas é a melhor forma de crescer, aprender e conquistar o sucesso lá na frente. Afinal, errar é preciso.
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