Ao longo dos três últimos anos, as healthtechs receberam aportes expressivos, inicialmente para desenvolver medicamentos e vacinas contra o vírus da Covid-19 e, posteriormente, para o acompanhamento do adoecimento da população e a aquisição de tecnologias voltadas à prevenção.
Entre os anos de 2022 e 2023, mais de 60 operações de M&As aconteceram no setor, de acordo com dados da KPMG, muitas delas envolveram os dez maiores grupos de saúde do país: Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini. O volume movimentado coloca as healthtechs entre os cinco principais mercados de investimento, junto das fintechs, construtechs, retailtechs e HRtechs.
Um dos motores desse crescimento se volta à busca incessante por avanços tecnológicos que melhorem a prestação de serviços. Empresas estão desenvolvendo soluções pautadas em inteligência artificial, machine learning e big data para otimizar diagnósticos, tratamentos personalizados e gestão de dados médicos. Essas tecnologias não só agilizam processos, mas também aprimoram a precisão dos cuidados, proporcionando análises mais rápidas e eficazes.
Desde o grande investimento das gigantes da tecnologia na corrida pela IA, como Microsoft, Amazon, Apple e Alphabet, a saúde acelerou seu processo de inovação. Espera-se que os investimentos em inteligência artificial e big data atinjam cifras recordes em 2024, impulsionados pela crescente demanda e consolidação do interesse de investidores.
Com o crescimento exponencial na quantidade de dados gerados no setor de saúde, desde registros médicos eletrônicos até dados de pacientes e resultados de testes, trabalhar com big data se tornou obrigatório para gerar insights e reports. Em 2024, a ferramenta permitirá previsões mais precisas sobre tendências de saúde, identificação de riscos e personalização de tratamentos, abrindo caminho para uma medicina mais personalizada e preventiva.
O paciente vai ser cada vez mais protagonista do seu próprio cuidado, entendendo melhor o processo de saúde-doença. Com o foco na prevenção, o custo-efetividade ainda será aperfeiçoado.
Entretanto, é crucial abordar desafios éticos e técnicos associados ao uso da tecnologia. Questões de privacidade, segurança de dados e viés algorítmico devem ser debatidos para garantir a confiança dos pacientes e a integridade dos sistemas de saúde, impulsionando o investimento consciente no setor.
Em resumo, a convergência entre inteligência artificial e big data está pavimentando o caminho para uma era de saúde mais inteligente, personalizada e eficiente, promovendo um direcionamento nunca antes visto no apoio à tomada de decisão e ainda estimulando a medicina diagnóstica e as soluções voltadas ao tratamento de doenças infectocontagiosas e até mesmo ao câncer.
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