A Enel Distribuição São Paulo, concessionária de energia elétrica que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, está investindo no uso de drones para inspecionar a sua rede de distribuição subterrânea. Trata-se de uma tecnologia inovadora entre as concessionárias do setor elétrico brasileiro e irá permitir à companhia executar a atividade com mais agilidade, segurança e precisão por seus eletricistas.
Atualmente, a distribuidora possui 10,7 mil estruturas que dão acesso à rede subterrânea, conhecidas como caixas. Nestes locais, eletricistas realizam regularmente inspeções visuais e instrumentais, que incluem termografias e medições elétricas e de gases, para garantir a segurança e o pleno funcionamento das instalações. Esses espaços são confinados e repletos de transformadores e chaves, o que torna o trabalho complexo e exige treinamentos específicos e reciclagens anuais.
Os procedimentos de segurança para acesso às caixas envolvem a instalação de tripés para içamento dos operadores, garantindo a rápida remoção do ambiente em caso de problemas, e o uso de um detector de gases. A cada três anos, a distribuidora precisa varrer 100% dos transformadores de sua rede subterrânea e periodicamente verificar também os demais ativos para realização da manutenção. Com a utilização de drones, a expectativa é executar essa atividade em menos tempo que o habitual, o que mostra que o equipamento traz ganhos de produtividade ao reduzir o tempo de preparação e execução das atividades.
“O uso do drone traz mais segurança para os nossos eletricistas e permite que o trabalho de inspeção da rede subterrânea seja executado de forma mais rápida, com a análise das imagens em tempo real. Isso se reflete na qualidade do fornecimento de energia aos nossos clientes, com a melhora nos nossos indicadores de continuidade do serviço”, explica Bruno Cecchetti, responsável pela área de Tecnologia de Rede da Enel Brasil.
Enquanto a inspeção tradicional da rede subterrânea exige o envolvimento de três eletricistas, a operação e manuseio do drone exige o envolvimento de apenas dois profissionais. As condições identificadas dentro das caixas são registradas por uma câmera 4k para análise em campo e encaminhadas posteriormente para a área de backoffice da distribuidora, para eventuais ações de manutenção. O equipamento gera um vídeo de toda a inspeção, que pode ser consultado para uma análise adicional, sem que exista a necessidade de entrar novamente no espaço.
A Enel e a empresa suíça Flyability trabalharam no desenvolvimento do projeto, que adaptou o drone para voar em espaços confinados. O equipamento é protegido por uma estrutura esférica de proteção, evitando que choques contra as paredes e quedas danifiquem o drone e as suas câmeras. Ainda que haja necessidade de retirada prévia de água das caixas, uma vez que o equipamento não é à prova de água, a tecnologia foi bem-recebida pela área de operação e manutenção da concessionária paulista.
Os primeiros testes do novo drone foram realizados no bairro da Vila Olímpia, zona sul da capital, e faz parte do conjunto de ações do projeto Urban Futurability, que tem desenvolvido iniciativas para transformar a região em um bairro digital e sustentável. A Avenida Paulista e a Alameda Santos, no centro da cidade, também contaram com os testes do drone. O projeto do drone é financiado com recursos do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A segunda fase do projeto, prevista para ser iniciada ainda no primeiro semestre desse ano, será composta por treinamentos para que os eletricistas aprendam a operar adequadamente os drones, além de processar e extrair dados do equipamento. O investimento realizado até o momento no projeto do drone subterrâneo gira em torno de R$ 380 mil.