O Grupo Santander Brasil adquiriu o controle da corretora online Toro Investimentos, que se unirá à Pi Investimentos para formar uma das melhores plataformas de investimentos em renda fixa e variável do País. Pelo acordo, o Grupo passará a deter 60% de participação no capital social da Toro, que deverá ser a marca remanescente na nova empresa. Os valores não foram divulgados.
A transação, sujeita à aprovação das autoridades, envolverá compra de ações, aumento de capital e aporte de ativos operacionais da Pi, que também emprestará suas cores ao logotipo da nova empresa. O executivo Gabriel Kallas seguirá no cargo de CEO, e o atual CEO da Pi, José Clemenceau, assumirá a função de COO.
Primeira plataforma brasileira a montar uma estrutura completa e autônoma de corretagem de valores, a Toro foi criada em 2010, em Belo Horizonte, e há dois anos passou a atuar na intermediação de transações de valores mobiliários.
Com seus diferenciais tecnológicos e de assessoria financeira, tem se beneficiado do crescente interesse dos brasileiros pela diversificação de investimentos, em especial em renda variável. Nos últimos cinco meses, a Toro saltou da 20ª para a 12ª posição na B3 em volume de negócios.
A Pi, por sua vez, foi lançada pelo Santander Brasil em março de 2019 como uma plataforma aberta de investimentos 100% digital, com uma ampla oferta que inclui mais de 240 produtos de renda fixa. Ambas as empresas têm entre seus diferenciais a oferta de serviços predominantemente digitais.
“Percebemos que a Pi e a Toro são duas legítimas representantes da mais nova geração das plataformas de investimento. Ambas são catalizadoras da desintermediação e democratização de produtos antes reservados a clientes com mais recursos. Juntas, elas serão protagonistas deste novo momento do mercado brasileiro, quando cada vez mais investidores buscam alternativas aos produtos tradicionais de renda fixa, em busca de rentabilidade, praticidade e segurança”, afirma Alberto Monteiro, vice-presidente executivo de Wealth Management do Santander.
Além de somar as carteiras de clientes, a nova empresa irá se beneficiar da infraestrutura tecnológica autônoma da Toro, que oferece facilidades de navegação e transação para investidores de varejo. E também contará com o modelo de atuação B2B, desenvolvido pela Pi para atuar junto a clientes como family offices, gestores e consultores de investimentos.
“A associação com uma instituição como o Santander nos dará condições de atingir novos segmentos de mercado e ganhar escala sem abrir mão de nossas premissas fundamentais, de garantir ao investidor liberdade para fazer suas escolhas, simplicidade para gerir seus recursos e conhecimento sobre o mercado, por meio de nossos serviços de informação e assessoria”, explica Gabriel Kallas, cofundador e CEO da Toro Investimentos.
Até o mês de agosto, quase 3 milhões de investidores pessoas físicas estavam registrados para operar na Bolsa brasileira – há dois anos, eram pouco mais de 800 mil cadastrados. Ainda assim, o índice de participação de pequenos investidores no mercado ainda é inferior à média de 5% da população em países emergentes, e 40% nos Estados Unidos.
Segundo diferentes analistas de mercado, o volume de ativos sob gestão no Brasil deve subir cerca de 15% ao ano no período de 2020 a 2025, enquanto o volume de recursos destinado à renda variável crescerá aproximadamente 30% ao ano em média no mesmo período.
Outras aquisições
No mês passado, o Santander Brasil anunciou que passou a deter a titularidade de 80% do capital social da Gira, fintech de recebíveis do agronegócio. As soluções do Gira incluem ainda a revisão e registro de forma digital das garantias fornecidas no âmbito dos contratos comerciais e o monitoramento contínuo do desenvolvimento das culturas como forma de acompanhamento de riscos.
A participação de mercado do Santander no financiamento ao agronegócio saiu de 2,33% em 2015, para 3,22%, em 2016, e subiu para 4,64%, em 2017; 5,35% em 2018 e encerrou 2019 com 6,03%. Em junho, atingiu 6,25%, segundo dados informados pela empresa.