* Por Janu Queiroz
Em março se comemora o mês do consumidor e as empresas, principalmente varejistas, costumam investir fortemente em ações e estratégias para atrair potenciais clientes, seja com descontos, promoções, brindes, entre várias outras táticas. E isso, com toda certeza, é importante, pois ajuda no aumento da rede de entusiastas da marca e é uma ótima oportunidade de fidelizá-lo. No entanto, a estratégia a ser utilizada neste mês terá de ser um pouco diferente, já que a forma de consumo dos brasileiros vem mudando de forma significativa, com perfis cada vez mais exigentes.
Segundo estudo realizado pela NZN Intelligence, existe uma forte mudança de comportamento do consumidor, na qual ele encontrou mais conforto, comodidade e acesso a programas de descontos exclusivos oferecidos por sites de grandes varejistas. Este cliente costuma percorrer cerca de 60% da jornada de compra antes mesmo de interagir com um vendedor, utilizando na maioria dos casos buscas na internet
Já a Blackhawk Network, empresa que oferece soluções de pagamento por meio de produtos pré-pagos, identificou por meio de 13 mil entrevistados em 9 países, que consumidores preferem consumir em redes varejistas que oferecem mais variedades nos métodos de pagamentos digitais. Ainda segundo a pesquisa, quando se fala em consumidor brasileiro, eles geralmente preferem marcas que disponibilizam acesso a benefícios, como cartões-presente, pagamentos via QR Code e carteiras digitais. Dos entrevistados, 56% dizem que iriam se fidelizar a uma determinada rede se recebessem mais informações e benefícios práticos.
Ou seja, é perceptível que a busca por uma rede que ofereça mais comodidade e desperte uma conexão mais íntima e personalizada com o cliente é, na prática, o que vai chamar mais a atenção do consumidor, levando em conta esta nova lógica de comportamento do consumo.
O cenário pandêmico, com certeza acelerou esta mudança de hábitos, contudo, este já era um movimento observado há alguns anos. Já estava nítido que a relação entre marcas e consumidores estava mudando, deixando de ser algo simples e casual. Nesta conjuntura, a migração do consumo para a internet também é evidenciada. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, aponta que os consumidores estão cada vez mais críticos em relação aos produtos que serão comprados e utilizam a tecnologia como uma importante aliada na hora de escolher.
Hoje, a arte de vender está mais complexa do que nunca. Com poucos cliques o cliente pode comparar seu produto não apenas com as concorrentes, mas também com qualquer outra empresa que tenha uma forma diferenciada de abordar os consumidores, mesmo que não seja nichada e atue em vários segmentos.
Ter produtos e serviços de qualidade já não garantem o sucesso de uma empresa. Novas estratégias de aproximação, atendimento omnichannel, assistência personalizada são fatores que podem fazer toda a diferença e, muitas vezes, serem decisivos na hora de fechar o negócio.
O mercado também está se adaptando a essa nova modalidade de consumo e hoje já disponibiliza inúmeras ferramentas que podem ser adotadas para atender esta demanda e ajudar a fidelizar clientes. No entanto, precisamos nos atentar, pois esse não pode e nem deve ser o único objetivo. É preciso não só entender, mas também se preocupar em aperfeiçoar a abordagem à medida que o perfil do consumidor muda.
Janu Queiroz é COO e cofundadora da Nuvidio, mãe de dois filhos e formada em Comércio Exterior com pós graduação em Marketing, Finanças e MBA Executivo pela FDC (Fundação Dom Cabral), Janu era superintendente de Marketing e responsável pela área de Inovação do Banco SEMEAR e, ao lado dos sócios, em 2019 decidiu fundar a Nuvidio e investir em uma nova forma de atendimento.