A gestora de venture capital Iporanga Ventures acaba de anunciar um investimento na Voe Tranquilo, startup que auxilia consumidores a obterem compensações, a partir de acordos, por danos sofridos junto às companhias de transporte aéreo. A rodada Seed, no valor total de R$ 2,8 milhões, foi liderada pela gestora e contou ainda com a participação do fundo Big Bets e de investidores-anjo. Os recursos serão direcionados na expansão do time e em outras frentes de negócio.
Em operação desde dezembro de 2018, a Voe Tranquilo foi fundada pelo administrador Roberto Lifschitz, que atua na companhia como CEO, e o desenvolvedor de software Renato Rampazzo, que exerce a função de CPO. Os profissionais, que fizeram carreira no mercado de inovação, na concepção de novas soluções e no desenvolvimento de produtos, criaram a startup após vivenciarem situações de impotência na resolução de problemas causados pelo mau atendimento ao consumidor. Atualmente, a empresa ampara passageiros que tiveram problemas como voo cancelado ou atrasado, bagagem extraviada, perda de conexão, embarque negado, entre outros.
“Os grandes diferenciais do nosso serviço são a agilidade, a praticidade e, claro, o fato de não ter custos para o cliente. Diferentemente do caminho judicial, que é lento e caro, o passageiro pode nos acionar do conforto de sua casa. Nós solucionamos o problema no prazo médio de até 40 dias, assumindo todas as burocracias”, afirma Roberto Lifschitz. “Nosso objetivo principal é auxiliar o consumidor na luta pelos seus direitos, além de contribuir para que o atendimento das companhias aéreas seja cada vez melhor e respeitoso com seus clientes”, diz.
O serviço da plataforma começa quando, diante de um problema, o consumidor realiza o preenchimento de um questionário online. Com uso de tecnologia, a empresa faz uma triagem automática do caso, avaliando se é passível de compensação e qual a gravidade. Se for possível prosseguir, o interessado será notificado para que realize digitalmente o envio da documentação referente ao problema. Depois disso, basta acompanhar o andamento da solicitação no site da startup e aguardar o resultado.
A Voe Tranquilo só realiza uma cobrança quando companhia e consumidor firmam um acordo e o cliente é efetivamente ressarcido. Pelos serviços oferecidos ao passageiro, a empresa cobra uma taxa do valor da compensação.
“O mercado aéreo brasileiro é gigantesco. Em condições normais, são cerca de 10 milhões de passageiros transportados a cada mês. O setor aéreo, como vários outros no Brasil, ainda carece de um bom atendimento ao consumidor e é justamente aí que atua a Voe Tranquilo, ajudando o consumidor a valer seus direitos”, comenta Renato Valente, sócio da Iporanga Ventures. De acordo com dados levantados pela startup, cerca de 2% dos passageiros enfrentam problemas junto às companhias. “É este o mercado potencial no qual apostamos”, completa.
Em 2020, em função da pandemia, o fluxo da startup caiu, uma vez que as companhias aéreas reduziram o número de voos em cerca de 90% da malha aérea normal. Neste período, a empresa aproveitou para otimizar seu produto e, mais do que isso, produzir conteúdos informativos nos sites que pudessem auxiliar os passageiros com informações acerca de como proceder frente aos cancelamentos, que se tornaram recorrentes. A partir de setembro passado, o movimento começou a aumentar, gradativamente, já trazendo um fluxo de demanda considerável. “Acreditamos que os voos devem voltar a crescer tal como antes da pandemia já a partir do segundo semestre”, comenta Lifschitz.
Para além do setor aéreo, a Voe Tranquilo pretende também explorar outros mercados. “Infelizmente, são inúmeros os setores reconhecidos pelo mau atendimento ao cliente no Brasil. As soluções atuais para a resolução de problemas do tipo são demoradas e ineficazes. Queremos apoiar o consumidor neste sentido e entendemos que temos também um papel de conscientização”, pontua o CEO da startup.
Atualmente, a companhia estuda entrar no mercado formado por aqueles que são negativados indevidamente A médio prazo, devem também auxiliar aqueles que têm entraves com instituições financeiras, planos de saúde e com empresas de telecomunicações.
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