* Por Bruna Botelho
Há 92 anos um fenômeno acontece e paralisa o mundo todo de tempos em tempos. A cada quatro anos a população de alguns países se une em prol de uma única causa: torcer para sua Seleção voltar para casa com o maior prêmio do futebol mundial. Por isso, cada edição da Copa do Mundo é um verdadeiro espetáculo, desde as partidas eliminatórias até o dia da grande final. A abertura oficial e os jogos diários são só uma parte do que aguarda os fãs do esporte mais popular do mundo.
A escolha do Qatar como país-sede da Copa de 2022 foi feita há mais de uma década, mas as inovações que esta edição apresenta definitivamente acompanham as evoluções tecnológicas do novo século. Uma das maiores novidades é a Ahl Rihla, bola oficial do evento e considerada a mais rápida já produzida. Suas características permitem um melhor desempenho aerodinâmico.
Além disso, a Ahl Rihla possui o Adidas Suspension System, sensor de movimento que auxilia a arbitragem VAR (Árbitros Assistentes de Vídeo), que nesta edição, também conta com tecnologia inteligência artificial de impedimento semiautomatizado. Com 12 câmeras fazendo a cobertura do campo, as imagens geram uma animação 3D que avisa os árbitros sempre que um atacante está em posição de impedimento.
Os fatores inclusão e imersão do torcedor aqui, estão em disponibilizar nos telões do estádio estas animações para os torcedores terem melhor entendimento das decisões dos árbitros e para os parceiros de transmissão, promovendo o acesso em da informação real time também para quem assiste de casa. Vale mencionar também que essa é a primeira Copa do Mundo a utilizar tecnologia 5G, o que com certeza amplia e melhora e muito a experiência dos torcedores.
Falando de qualidade de jogo, pela primeira vez em uma Copa do Mundo os jogadores terão acesso a suas informações de performance de jogo em um aplicativo dedicado, o FIFA Player que disponibilizará relatórios de dezenas de analistas de desempenho sobre seus lances bem e mal sucedidos, posição de jogo, recorrência de partidas, distâncias percorridas, média e velocidade máxima atingida. O que certamente, ajudará os jogadores e suas comissões técnicas nas decisões a serem tomadas e ou estratégias a serem ajustadas em campo. Contribuindo para o espetáculo ser ainda mais competitivo e de alto nível, como sempre o é.
Além disso, já que estamos falando de ineditismo, as estruturas erguidas para os estádios são dignas de um parágrafo dedicado apenas a elas. Uma das inovações mais comentadas para essa edição é o 974 com 40 mil lugares, conhecido carinhosamente como estádio Lego. O apelido faz jus às características da arena: projetado para não existir mais logo após essa temporada, o estádio foi montado com 974 contêineres reaproveitados, motivo pelo qual se deu o nome do estádio. Projetado pelo estúdio de arquitetura espanhol Fenwick Iribarren, o projeto tem como pilar principal a sustentabilidade, é o primeiro desmontável na história de uma Copa do Mundo e foi erguido no porto de Doha a beira d’água para ser ventilado naturalmente e evitar a necessidade de ar condicionado.
Estive na GITEX em Dubai na edição de 2021 para o lançamento da tecnologia da StadiumGO. O evento ocorreu no mês de outubro e por lá as temperaturas médias eram de 37º e sensação térmica de 41º e sei como é complicado para quem não tem costume a altas temperaturas. Já durante o período da Copa do Mundo no Qatar, era sabido que a temperatura média no país e toda a região do Emirados Árabes, estivessem entre 23º a 30º durante o dia, levando essa característica de temperaturas elevadas em consideração, a preocupação com o conforto das torcidas também esteve presente em todos os outros sete projetos de estádios construídos para Copa, e como solução inovadora foi desenvolvido um sistema de ar condicionado combinando isolamento e resfriamento direcionado para resfriar apenas locais onde as pessoas estão. Evitando o desperdício de consumo energético nos demais ambientes do estádio.
Outra inovação que colocou o conforto e experiência do torcedor em evidência, foi a introdução das tecnologias Bonocle e Feelix Palm, plataforma de acessibilidade que se utilizada de bluetooth para realizar transcodificação com impulsos elétricos, criando mensagens em braille e permite que torcedores com deficiência visual acompanhe os jogos de forma mais humana e dinâmica.
Quando se viaja para os Emirados Árabes a turismo ou a trabalho, um dos principais impactos se tem é a preocupação com segurança e respeito às políticas públicas da região. Quase todas as vias públicas são equipadas com câmeras e policiamento. Há multas severas para comportamento inadequado em ambientes públicos. Na Copa do Mundo, esse assunto também foi levado aos estádios e traduzido em tecnologia para auxílio no controle de multidões e cambismo ilegal de ingressos com a instalação de mais de 15.000 cameras com algoritmos que fazem rastreio dos movimentos de pessoas nos estadios e arredores e reconhecimento facial, de acordo com reportagem do jornal The Washington Post.
Porém nem tudo são flores. No primeiro dia oficial de evento (21), muitos torcedores tiveram que driblar imprevistos envolvendo o aplicativo disponibilizado pela FIFA. Os ingressos que seriam apresentados para a liberação da entrada na partida para Inglaterra e Irã, já não estavam mais disponíveis. A saída foi se reunir na frente do estádio à espera de conseguirem imprimir seus ingressos, bem à moda antiga. Qualquer plataforma é suscetível de erros assim, porém há soluções baseadas em segurança de alto nível que garantem uma melhor experiência aos consumidores.
Quando penso em processos digitais para a StadiumGO, automaticamente relaciono o assunto e o produto como algo único e facilitador. Ingressos tokenizados da maneira certa, amparados por uma segura corrente blockchain, seriam a solução perfeita para contratempos como o mencionado acima. Se não para todas as partidas, ao menos para a grande final. A ampliação da magnitude do evento com um ingresso certificado por sua exclusividade seria única.
O mesmo pensamento se aplica à geração de experiências e memórias para os torcedores. A operadora Claro lançou, em novembro, uma coleção de NFTs da Copa para seus clientes. Como apoiadora regional, a marca certamente saiu na frente de outras ao pensar em proporcionar criptoativos especiais e exclusivos para esse período tão marcante para os brasileiros. A nível mundial, disponibilizar tokens das Seleções participantes ou com a identidade visual da Copa do Mundo e do país-sede, é algo a se pensar.
Em eventos grandiosos, a opinião da torcida é uma das principais a serem levadas em conta. Garantir que as pessoas ali presentes se sintam confortáveis e que tenham todo o suporte necessário é essencial para o sucesso. Investir em soluções inovadoras é ter empatia com o presente e pensar no futuro. É ter a transformação digital como parte de uma revolução necessária para a manutenção da paixão do fã pelo esporte.
* Bruna Botelho é CEO e fundadora da StadiumGO! – finsportech que trabalha com criptoativo NFTs para antecipação de recebíveis e financiamento de operações.
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