* Por Marcellus Amadeus
Durante o SXSW, nós tivemos várias sessões sobre Inteligência Artificial generativa para discutir seu impacto e aplicação nas mais diversas áreas, como metaverso, recursos humanos, até computação quântica. Uma preocupação comum, no entanto, é o quanto essa tecnologia (que não é nova, mas só atingiu o público geral agora) vai afetar as vidas e os empregos das pessoas.
Poucos dias antes do anúncio do mais novo projeto de ciências da OpenAI, o GPT-4, o presidente da OpenAI esteve no SXSW para endereçar a apreensão das pessoas em relação a essa tecnologia e para conversar sobre seus usos e próximos passos.
Com respostas evasivas e genéricas, Greg Brockman não surpreendeu os especialistas, nem tranquilizou a audiência. Na verdade, na minha opinião como pesquisador na área, nem mesmo ele sabe bem quais serão as consequências da IA generativa no mundo real.
O foco desse tema nos primeiros dias do festival era, claro, o ChatGPT e suas capacidades surpreendentes. Tanto o GPT-3 (no qual o ChatGPT é baseado) quanto o próprio ChatGPT atraíram muitos empreendedores que prontamente começaram a explorar aplicações.
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Ao mesmo tempo em que começamos a ver um investimento massivo em popularizar e aplicar AI generativa, acabamos tendo muitas perguntas sem resposta. Por exemplo: como a facilidade de gerar conteúdo não vai, em contrapartida, acentuar o problema que já temos com a desinformação? Como isso vai afetar as modalidades de trabalho criativas, as quais são assumidas por artistas visuais, músicos, entre outros?
É normal se perguntar quais são os princípios éticos e legais em que essas tecnologias serão ou deveriam ser baseadas, afinal, são questões relevantes que possivelmente não estão recebendo o mesmo engajamento daqueles que estão conduzindo os processos de inovação (ao menos quando comparamos o engajamento que tem dirigido as descobertas de novos usos para a AI generativa).
Anteriormente, na primeira divulgação do ChatGPT, o programa foi considerado “muito perigoso para ser lançado”. Parece o tipo de consideração que, apesar de provocar grande alarme, se faz necessária atualmente.
* Marcellus Amadeus é Chief Scientist e cofundador da Alana AI, Scale-up de inteligência artificial participante dos ciclos Santiago e Chicago do Startup OutReach Brasil, programa gratuito de internacionalização de startups brasileiras
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