* Por Jéssica Lima
Há tempos que agentes do ecossistema de startups vêm falando sobre a importância do Brasil valorizar a inovação que nasce fora do eixo sul-sudeste e isso, inclusive, tem relação direta com outra bandeira levantada, a da diversidade, mas ainda há aqueles que tentam falar mais alto para dizer que esse assunto é irrelevante, ou, até mesmo, prejudicial para o desenvolvimento do empreendedorismo.
No entanto, o discurso sobre diversidade, ou descentralização, no caso, não é meramente ideológico e não vem de uma abordagem política. A diversidade é comprovadamente um fator decisivo para a inovação.
Quando olhamos para o cenário macro isso parece finalmente estar ficando mais claro. Sabemos que o potencial de inovação está presente em todo o Brasil, mas startups locais parecem estar ganhando mais notoriedade na mídia e para os investidores.
Hoje, é em Recife (PE) que fica localizado o maior polo tecnológico do Brasil, o Parque Tecnológico do Porto Digital, abriga 250 empresas de inovação e startups. Já na região norte, é destaque o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, localizado em Belém, o parque é espaço aberto para o desenvolvimento de inovação e novas tecnologias.
No último report de investimentos da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), lançado em parceria com a BrAngels, esse movimento já ficou claro. A região Nordeste, apesar de ainda aparecer atrás do Sul e Sudeste, já representava 12,5% das startups que receberam algum tipo de investimento. É notável também a crescente de programas de aceleração que focam seus esforços em startups da região.
Eventos para reforçar a geração de negócios entre startups da região também são cada vez mais comuns. A própria Abstartups organiza um evento itinerante pelo Brasil, o StartupON existe como esforço para incentivar o aprendizado, desenvolvimento e trocas com startups de todo o Brasil. Muitas edições do StartupON são apoiadas pelas comunidades locais e é importante enfatizar que muito desse movimento atual é oriundo do esforço das comunidades em incentivar a geração de negócios com startups fora do eixo mais visado.
A expectativa é que o número de startups com destaque espalhadas por todas as regiões do Brasil só cresça, o que deve incentivar ainda mais a criação de novas empresas com soluções inovadoras e apoiadas pela tecnologia. E essa pluralidade só traz benefícios para a forma como o ecossistema de inovação brasileiro performa e é, consequentemente, visto no exterior.
Jéssica Lima é formada em publicidade e propaganda, e somou sua paixão por escrever com outras habilidades para mergulhar no universo do marketing digital. Faz parte do time de marketing da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), ajudando a divulgar histórias de inovação de todo o País.