*Por Diego Chierighini
Com o crescimento constante das áreas urbanas, as cidades brasileiras enfrentam a urgência de se tornarem mais eficientes e sustentáveis. Segundo a ONU, mais de 84% da população nacional já vive em cidades, cenário que intensifica a necessidade por soluções que melhorem a qualidade de vida e a mobilidade. É nesse contexto que o conceito de “cidade inteligente”, ou “smart city”, se apresenta como uma alternativa promissora, propondo o uso de tecnologias para transformar a gestão urbana e resolver questões complexas de infraestrutura e governança.
Para isso, envolve o uso de ferramentas como a Internet das Coisas (IoT) e a Inteligência Artificial (IA), que permitem a coleta e análise de dados em tempo real para facilitar o gerenciamento de áreas como segurança, saúde e eficiência energética.
Na área de mobilidade urbana, por exemplo, sistemas integrados de transporte e monitoramento em tempo real podem diminuir congestionamentos, facilitando os deslocamentos e reduzindo a emissão de poluentes. Na segurança, câmeras de vigilância conectadas e inteligência artificial aumentam a precisão no monitoramento e permitem respostas mais ágeis a situações de risco.
A gestão inteligente de energia e água, com sensores para monitoramento e controle, pode reduzir o desperdício e o impacto ambiental. E, na governança, a coleta e disponibilização de dados em tempo real ampliam a transparência e permitem uma participação mais ativa dos cidadãos nas decisões públicas.
Embora com muitos avanços, os desafios de implementação das cidades inteligentes no Brasil permanecem no horizonte. De acordo com a Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), mais de 60% das cidades brasileiras carecem de uma estratégia estruturada para adotar as tecnologias de smart cities de forma efetiva. Entre os principais obstáculos estão a falta de infraestrutura adequada, a necessidade de maior conectividade e a dependência de investimentos significativos.
Para utilizar a revolução digital ao seu favor é importante que as cidades brasileiras se atentem a criação de políticas públicas que incentivem o uso de tecnologias de IA e IoT, além de promover a regulamentação de segurança de dados adequada para garantir que o processo de transformação em cidade inteligente prossiga de forma responsável.
No entanto, a concretização de uma smart city depende de um compromisso coordenado entre governo, setor privado e cidadãos. Neste sentido, parcerias público-privadas são uma peça fundamental para viabilizar os investimentos necessários, assim como o incentivo a projetos de pesquisa e desenvolvimento em inovação.
Exemplos no Brasil de iniciativas nesse sentido são a Cidade Pedra Branca, na Grande Florianópolis/SC, e a Smart City Laguna, na Grande Fortaleza/CE, que têm se destacado por adotar tecnologias avançadas para otimizar a gestão urbana e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes.
Em resumo, com a incessante evolução tecnológica, precisaremos no futuro aproveitar melhor as oportunidades. Assim, poderemos reimaginar o espaço urbano e criar cidades verdadeiramente voltadas para os cidadãos, que de forma inteligente se comprometam a curto, médio e longo prazo a transformar a gestão e a experiência de viver em um centro urbano.
*Diego Chierighini é diretor executivo do INAITEC
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