*Por Roy Nasser
Sua empresa está preparada para sobreviver a vazamentos de dados, invasões e fraudes? Uma resposta incerta pode representar prejuízos extremos às finanças e à reputação da companhia. Vamos direto ao ponto: por imaturidade, muitos empreendedores acreditam que investir em segurança digital na concepção da empresa é opcional, quando, na realidade, proteger dados e sistemas é inevitável.
Qualquer organização, independentemente do tamanho ou área de atuação, pode – e muito provavelmente vai – sofrer violações. Ignorar essa realidade com a ilusão de que “isso não vai acontecer comigo”, ou ainda enxergá-la como “privilégio exclusivo” de grandes corporações pode ser um engano. A cibersegurança é elástica e deve crescer com a empresa.
Uma visão equivocada e superficial da segurança cibernética abre portas para riscos graves. A hora certa de consertar o telhado é quando não está chovendo, certo? E é exatamente essa a premissa de alguns conceitos de cibersegurança, como o Secure by Design, uma abordagem que incorpora a segurança desde o início dos processos de desenvolvimento de uma empresa, em vez de tratá-la como uma etapa final.
Este conceito envolve dez princípios fundamentais: minimização de superfície de ataque, falhas seguras, defesa em profundidade, privilégio mínimo, separação de privilégios, segurança por obscuridade, economia de mecanismos, controle completo de acesso, monitoramento e auditoria, e resposta a incidentes.
Quando esses princípios são seguidos, a segurança se torna uma parte integral e proativa da arquitetura do sistema, dificultando a ação de hackers e reduzindo o impacto de possíveis ataques. Sem essa abordagem, a vulnerabilidade aumenta e as brechas são exploradas com facilidade, gerando danos que vão muito além das perdas financeiras.
O impacto do crime cibernético em empresas
As consequências são devastadoras e podem levar empresas à falência antes mesmo de se posicionarem no mercado em que almejam atuar. Para além disso, o crime cibernético destrói a reputação da marca, afastando potenciais parceiros e desvalorizando a organização. Essa perda de credibilidade resulta em menos negócios, mais dificuldades para atrair talentos, fornecedores e investidores, e compromete seriamente o futuro da corporação.
Por isso, investir em medidas tecnológicas como a defesa em profundidade é indispensável. Ferramentas como firewalls, sistemas de detecção de intrusão e criptografia constroem um ecossistema de camadas de proteção em que, se uma falhar, as demais continuam ativas, minimizando o risco de um ataque bem-sucedido.
A abordagem holística é vital pois engloba também protocolos de resposta a incidentes. Saber agir em momentos de crise é parte essencial da estratégia de segurança cibernética. É preciso isolar o incidente, restaurar funções críticas, documentar ações e considerar a comunicação externa e o envolvimento das autoridades. Mas a defesa vai além disso e inclui conscientização e capacitação contínuas para que o usuário, elo mais fraco da corrente, esteja bem preparado na linha de frente.
Desprezar as ameaças digitais é como deixar a porta aberta esperando que ninguém aproveite a oportunidade. Entretanto, é só uma questão de tempo até que a vulnerabilidade seja explorada, e o preço a pagar será muito maior do que o investimento em prevenção. Então, será que realmente vale a pena deixar a cibersegurança em segundo plano?
*Roy Nasser é diretor de Transformação da CG One
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