* Por Jean Christian Mies
76 milhões de consumidores: este é o potencial do mobile commerce no Brasil e o número de usuários de smartphones no país divulgado pela Nielsen Ibope, no último trimestre de 2015. Este número representa, segundo a empresa de pesquisa, um crescimento de 48% em relação ao ano anterior, reforçando o potencial local de vendas neste setor.
Atualmente, mais de 37% dos acessos à páginas de e-commerce são feitos pelo celular, de acordo com dados da E-Bit, empresa especializada em informações sobre comércio eletrônico. Entretanto, no caso das vendas mobile, vale ressaltar que muitas vezes as compras não são concluídas nestes canais por problemas de usabilidade e lentidão que envolvem a etapa de pagamento. Fazer com que estes acessos efetivamente convertam, requer estratégia.
Felizmente, a linha de aprendizado do e-commerce brasileiro tem evoluído rapidamente nos últimos cinco anos e os varejistas estão se apressando para adaptar suas lojas online para dispositivos móveis, como fizeram a Hering e a empresa de hospedagem AirBnb. Outras, já começam a investir em seus próprios aplicativos ou são negócios móveis nativos como a 99Táxis, EasyTaxi e Uber. A estratégia mobile não é mais uma opção, é fundamental para o negócio e deve alcançar todas as etapas de compra, principalmente o pagamento. Atualmente, de acordo com o Mobile Payment Index da Adyen, em 2015, os smartphones superaram pela primeira vez os tablets nas compras online.
Há até pouco tempo, o pagamento era a última etapa do checkout a receber alguma atenção na arquitetura do e-commerce. Hoje, é sabido que esta etapa é crítica para o negócio e com o crescimento do mobile commerce ganha ainda mais peso. As soluções disponíveis são muitas: pagamentos móveis em páginas responsivas, que podem melhorar as taxas de conversão entre 15% e 20%, segundo dados da Adyen; pagamentos in-app, que possibilitam ao cliente completar o pagamento com rapidez e segurança sem sair do aplicativo; tokenização, para pagamento em apenas um toque; e métodos alternativos de pagamento como Apple Pay e Samsung Pay, que têm apelo com consumidores mais jovens; entre outros.
Além da penetração do número de smartphones sendo usados, outro motivo que têm levado grandes marcas a investir neste canal é a maturidade do comércio eletrônico no Brasil. O país alcançou um estágio em que as pessoas estão mais propensas a testar novos canais. Habituado a fazer compra pelo computador, o consumidor avança da etapa de usar dispositivos móveis só para pesquisas de produtos e sites e já considera comprar também pelo celular.
Os dispositivos móveis já fazem parte do dia a dia dos consumidores para diversas tarefas e proporcionam também uma experiência de compra de segura, cômoda e personalizada. Assim, além de um ambiente de navegação intuitivo, recomendação de produtos assertiva e de uma comunicação entre os canais on e offline, o consumidor deseja acima de tudo um checkout mobile descomplicado.
Em um país onde 61% da população, em todos os níveis sociais, possuem smartphones, o comércio digital é cada vez mais mobile. A oportunidade é significante e não pode ser ignorada pelas empresas que buscam soluções para atingir novos consumidores e novas fontes de receita.
* Jean Christian Mies, vice-presidente sênior da Adyen para a América Latina