Artigo de Rômulo Gomes*.
Nos últimos dias vimos circular o artigo do Adjust intitulado “Birth, life and death of an app” sobre o aumento de competitividade na App Store e os tais dos “80% de aplicativos zumbis” e que dezenas de outras mídias relevantes – como Mashable, Exame e o Startupi, aqui – republicaram. O estudo é interessante, tem seus pontos positivos, mas precisamos corrigir algumas más interpretações. Vamos analisar os pontos principais do estudo:
CONCEITO DE APP ZUMBI SEGUNDO O ESTUDO
Aplicativos “zumbis” seriam aqueles que não aparecem ao menos uma vez por mês dentro dos TOP 250 das categorias da App Store.
CONCEITO DE APP ZUMBI SEGUNDO A EYSO
Um app pode não estar entre os TOP 250 e mesmo assim gerar downloads (mesmo que em menor número) e ter receita através de usuários que estão engajados. Uma coisa não exclui a outra. Lembrando que download é métrica de vaidade, o que importa mesmo é a sua rentabilidade e engajamento.
CATEGORIA E DESTAQUES NÃO SÃO O ÚNICO JEITO DE ENCONTRAR UM APP
Se fôssemos levar o estudo ao pé da letra, teríamos que levar em conta também se o app não está aparecendo nas buscas, e nesse ponto o estudo é incompleto. Você pode ter muitos downloads só com as buscas orgânicas e, com esses downloads, começar então a aparecer de forma mais significativa nas categorias.
Além da busca da própria loja, não podemos desconsiderar as lojas alternativas (a da Amazon, por exemplo), apps que promovem outros apps (Appsfire) e os próprios canais de distribuição do publisher (site, social media, e-mail marketing, etc).
NÃO CONFUNDA FOCINHO DE PORCO COM TOMADA: AUMENTO DE COMPETITIVIDADE É DIFERENTE DE AUMENTO DE MORTALIDADE
A App Store vem crescendo a cada dia mais e com isso, obviamente, a competição aumenta. Com o maior número de competidores, a tendência é que os aplicativos ruins ou que não tenham sido bem trabalhados morram mais facilmente. Simples lei da concorrência, nada demais.
DOIS CORPOS NÃO CONSEGUEM OCUPAR O MESMO ESPAÇO
Já dizia o nosso amigo Newton. Em uma categoria cabem 750 apps (entre pagos, gratuitos e rentáveis), porém existem centenas de milhares de apps por categoria. Não cabe, simples assim.
CONCLUSÃO
Interpretação é tudo nessa vida.
* Rômulo Gomes, cofundador da Eyso, empresa especializada em otimização de aplicativos para lojas de apps. Com mais de 5 anos de experiência no mercado de busca, atuou como analista SEO, Programador e Product Owner em grandes empresas e startups brasileiras, dentre elas GetNinjas, Taxijá e Kanui. Apaixonado por aplicativos e Fórmula 1, pai da Sophia e sempre a procura de novas oportunidades de marketing de guerrilha e hacks para aquisição rápida de usuários para os mais variados projetos.