* Por Gilberto Albuquerque
O SXSW – South by Southwest – é um festival de música, cinema e tecnologia, que atrai para Austin, capital do Texas, grandes nomes de tecnologia desde o início dos anos 2000. Eventos passados contaram com a presença de líderes como Steve Jobs, Mark Zuckerberg, Elon Musk, dentre outros.
Quando você decide ir a esse evento, é um convite para abrir a mente. É uma oportunidade única de acessar segmentos diversos, temas variados e futuristas, criar relacionamento com pessoas do mundo todo, de muitas áreas, importantes universidades, centro de pesquisas, mundo corporativo e startups.
Desta última edição, destaco a presença de Simran Jeet Singh, Miranda Kerr, Amy Webb, Esther Perel, Deepak Chopra, Paul Stamets, Sandy Carter, Ryan Gallert, Heather Mcghee, Greg Brockman. Se, ao ler essa lista, você não reconhecer alguns nomes, essa é exatamente parte da experiência. A oportunidade de conhecer muita coisa nova. Afinal, são 4000 palestras de 1h concentradas nos primeiros seis dias, mais três dias de XR Experience – dezenas de expositores com soluções de experiências virtuais, mistas e aumentadas -, mais cinco dias da Creative Industry Expo, centenas de empresas de inovação e startups, e suas incríveis ativações. E tudo isso acontecendo ao mesmo tempo!
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Sim, essa overdose de informação traz uma sensação que chamamos de FOMO (Fear of missing out, medo de perder algo). E isso é também parte da experiência.
As palestras são organizadas em trilhas, cada uma delas com temas variados: Cannabis; cogumelos (psicoativos); health; games; 2050; web 3; e muitos outros temas. Em meio a tudo isso, o buzzword que dominou as conversas foi a Inteligência Artificial (IA), depois do explosão do uso do chatGPT. Por esse motivo, a palestra do CEO Greg Brockman, da OpenAI, foi uma das mais aguardadas do evento. Realizada no palco do 3º andar do centro de convenções, que comportava mais de 2400 pessoas, a fila chegou ao térreo, deixando muitos de fora. Os participantes que não conseguiram entrar tiveram a opção de assistir on-line ou gravada. Durante a sua apresentação, Brockman abordou aspectos técnicos da IA e deixou uma mensagem para a audiência “A inteligência artificial vai amplificar o que as pessoas são capazes de fazer, é como se você tivesse assistentes que, você sabe, não são perfeitos, mas podem ser treinados.”
Com o avanço da Inteligência Artificial, surge uma nova profissão, os Prompters Engineers. Isso torna a IA mais acessível aos usuários comuns. As empresas que desenvolvem softwares baseados somente em algoritmos codificados precisam entender melhor o conceito de carros autônomos, para a história delas não repetir a dos fabricantes de carroças.
Hugh Forrest, co-presidente da SXSW, comentou que nós, brasileiros, éramos a maior delegação de fora dos Estados Unidos, com cerca de 2000 presentes este ano. Situação comentada também por Amy Webb, que inclusive iniciou a apresentação com uma saudação em português. O nosso idioma foi um dos mais ouvidos em todos os locais do evento, durante os nove dias que estive em Austin.
Participei da VCFamilia & Founders Familia midday mixer at SXSW, um encontro de venture capitals, founders, universidades e empresas de tecnologia com latino-americanos. Como investidor da Flourish FI, recebi o convite de Pedro Moura. Foi um encontro de pitches, onde todos vão direto ao ponto: o que você faz? O que sua empresa é? E vamos lá, era um encontro de latinos, não podia faltar: de onde você é? O foco é identificar oportunidades, trocar contatos, tem que ser ágil. Os participantes compreendem que unidos podemos ir mais longe. O mercado americano, além de grande, é o laboratório perfeito para as mais diversas soluções e culturas. Uma vez lançada no mercado americano, a solução pode ser levada a qualquer lugar do globo. Eu me senti o único brasileiro no evento. Sei que existem brasileiros inseridos nessa comunidade e quanto mais empreendedores do nosso ecossistema de startups estiverem inseridos, mais podemos criar oportunidades em moeda forte!
A trend IA (inteligência artificial) foi o destaque, mas somos humanos, e o próprio evento, e os eventos (como o que participei) reforçam a nossa necessidade de interação humana, pois isso geram insights e fricções que as máquinas estão impossibilitadas de reproduzirem.
* Gilberto Albuquerque é atuante há 30 anos no mercado de tecnologia financeira; investidor-anjo no mercado de startups; fundador e CEO da Kadmotek e conselheiro na SF3
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