* Por Camila Farani
O ano de 2022 foi pródigo em novas tecnologias e visões, especialmente às ligadas ao mundo da Web3, como Metaverso, NFTs, DeFi (finanças descentralizadas). Mas, a verdade é que hoje o mundo do investimento está mesmo voltado é para a Inteligência Artificial (IA).
A IA está avançando muito rapidamente e virou ponto focal dos capitalistas de risco: 56% dos investidores profissionais adicionaram estratégias de ETF (Exchange-Traded Fund, ou fundo de índice) com foco em IA e robótica em seus portfólios em 2023, segundo pesquisa da Brown Brothers Harriman & Co.
Esse percentual só está abaixo do interesse em Internet e Tecnologia, com 70%. ESG (53%), criptomoedas (48%), carros autônomos e elétricos (39%) e healthcare (35%) aparecem em seguida.
Não à toa os ETFs de rastreamento de robótica e IA captaram cerca de US$105 milhões em março deste ano, enquanto outras estratégias temáticas, como energia limpa, carros elétricos e computação em nuvem, registraram saídas, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
Seguindo a máxima de mercado, “Follow The Money”, a própria empresa de Mark Zuckerberg recalculou a rota da Meta, que antes desse movimento de mercado, investiu 100% no Metaverso. Já hoje, a sua operação é focada em IA: “Nosso maior investimento agora é desenvolver inteligência artificial e incorporá-la em cada um de nossos produtos”, disse Zuckerberg em comunicado geral no Year of Efficiency.
Essa decisão de Zuckerberg não traz somente a Meta no hall das Big Techs que miram em IA. Além dela, a Microsoft, o Google e a Apple, são empresas que investem fortemente no desenvolvimento da tecnologia através de chatbots incorporados em seus buscadores e testes de modelos de IA em assistentes virtuais.
Veja como cada uma dessas grandes empresas aposta em Inteligência Artificial:
- Microsoft: Anunciou que investirá nos próximos anos mais de US$10 bilhões na OpenAI, o laboratório pioneiro de pesquisa em Inteligência Artificial por trás dos sistemas ChatGPT e DALL-E;
- Google: Em janeiro deste ano, o Google investiu US$ 300 milhões Anthropic, focada no desenvolvimento de IA generativa (sistema capaz de gerar texto, imagens ou outras mídias em resposta a solicitações em linguagem comum). O Google também está trabalhando com startups, como Cohere e C3 para tentar garantir um melhor posicionamento neste mercado;
- Apple: Em março, a gigante comprou a WaveOne, que desenvolve algoritmos que usam IA para comprimir vídeo. Antes disso, já havia adquirido a Tuplejump, empresa de machine learning. A empresa de Tim Cook é considerada a principal compradora de IA no mundo, segundo relatório da Global Data.
Inteligência Artificial está gigante aos olhos do mundo dos investimentos. E se torna o principal tema de grandes empresas que desejam estar nessa disputa para angariar cada vez mais aportes.
E, na medida em que essas gigantes se movem para este cenário, cada vez mais startups também apostam nessa tecnologia para criar soluções mais inteligentes e capazes de ajudar a tornar as empresas de todos os portes mais eficientes, a reduzir custos e riscos e aumentar a sua competitividade.
Camila Farani é presidente da G2 Capital, boutique de investimento em tecnologia, foi eleita uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea. Shark Tank Brasil por seis temporadas, é membro do Conselho de Administração do PicPay e da Tem Saúde, e do Conselho de Marketing e Growth da NuvemShop. É sócia e investidora da Play9.
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