* Paula Harraca
Segundo dados do relatório de retrospectiva 2021 da Distrito, comunidade que une startups, investidores e grandes empresas, siderúrgicas e mineradoras estão entre as corporações que mais investem em startups no Brasil. A ArcelorMittal e outras empresas do setor foram responsáveis por 73% dos investimentos em venture capital feitos no ano passado no país.
Dados como esse comprovam que a inovação aberta nas empresas é um caminho sem volta. O mundo BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible) no qual vivemos demanda um novo mindset, requer que as organizações se arrisquem em oferecer ao mercado propostas de valor diferenciadas. Nesse processo, é preciso que a alta liderança consiga ampliar seu olhar e sua consciência, a fim de valorizar a riqueza que é gerada por pensamentos e visões diferentes e entendam que o foco agora é outro: cada vez mais as pessoas buscam experiências e estabelecimento de vínculos com as marcas.
Tenho orgulho em atuar em uma empresa centenária – de um setor tradicional e mais conservador – que já entendeu que a inovação não é um capítulo tratado à parte. É um dos pilares mais importantes da estratégia do negócio e tem contribuído diretamente para o desenvolvimento do ecossistema de startups brasileiras. Neste contexto, vale citar que, no mês de julho, comemoramos 4 anos do Açolab, o primeiro hub de inovação aberta em aço no mundo. O laboratório conta com mais de 12 mil conexões – sendo 4.700 startups (mais de 20% do pipeline total das brasileiras), universidades, Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) dentro e fora do país, entre outros.
Costumo dizer que não existe inovação aberta sem colaboração, sem quebra de paradigmas e paixão, assim como não existe aprendizagem e evolução sem a humildade para assumirmos que não sabemos de tudo, a curiosidade para buscarmos o desconhecido, a capacidade de lidar com o incerto, a coragem de assumir riscos e ir além, e a responsabilidade para se comprometer com as pessoas, com o propósito e com o processo.
Realmente acredito que as grandes empresas precisam, mais do que nunca, aprender com a “mentalidade das startups”, trabalhando com maior agilidade, desenvolvendo uma maior capacidade de adaptação e experimentação, mas sem deixar de lado as suas principais qualidades, como a força da eficiência operacional e de processos bem estabelecidos.
Não basta mais querer ser a melhor empresa do mundo, é preciso trabalhar fortemente para ser uma empresa melhor para o mundo. Nesta corrida pela inovação, a única certeza do momento é que ainda há muito espaço – tanto para esforços e investimentos em tecnologias como nas pessoas (Inclusive, te convido a conferir artigo, no meu linkedin, sobre o poder transformacional do ser humano). Então, que a gente consiga avançar nesta transformação – sem caminho de volta – de forma a criarmos futuros que sejam mais prósperos, justos, plurais e que priorizem e promovam cada vez mais o bem-estar humano!