* Por Elber Mazaro
Eu já venho pensando neste artigo há algum tempo, mas recentemente fiz a pergunta título deste artigo para me provocar a refletir sobre um tema cada vez mais importante. Esclareço que este tema vale tanto para um indivíduo, quanto para uma organização/empresa ou para uma startup.
Eu iniciei minha reflexão pensando na minha carreira profissional, mas o termo razão social, vem do nome dado às empresas no seu registro oficial, no seu nascimento.
Há anos, eu ouvi a pergunta se eu sabia o motivo de quando nos referimos ao nome oficial de uma empresa / organização, usamos o termo razão social, normalmente em conjunto com o número de registro, o CNPJ.
Achei um questionamento muito válido, e a resposta foi de que cada empresa existe em um mercado, com uma oferta de produtos ou serviços, visando atender a uma demanda e em princípio essa é a razão de sua existência na sociedade.
Podemos complementar que problemas são resolvidos, itens são produzidos e comercializados, outras pessoas e organizações são servidas e isso ocorre dentro da sociedade, ou seja, tem um papel social de utilidade, uma razão.
Muitas pessoas pensam em ganhar dinheiro, quando montam um negócio, e se esquecem que a existência da organização, vai além do lado financeiro, até porque existem muitas sem fins lucrativos.
Então, na minha opinião vale a reflexão para qualquer empreendedor e empresário, sobre qual é o papel da sua empresa na sociedade, para que ela serve e por que existe.
Expandindo um pouco essa ideia e aproveitando a onda de discussões sobre ESG (Environment – meio-ambiente, Social and Governance – governança), podemos pensar além da razão de existência da organização, além do nome e da marca que a representam, de maneira única, e incluirmos o entendimento sobre o real impacto que essa existência traz para a sociedade, de maneira ampla.
É nesta questão de impacto que também trago a reflexão para o lado pessoal e profissional. Individualmente também geramos esse impacto, mas muitas vezes não pensamos sobre ele, com essa perspectiva de sociedade ou mundo.
No empreendedorismo, no coaching e nas mentorias, sempre está presente a questão do propósito, que tem tudo a ver com esta discussão sobre sua(s) razão social.
Temos na gestão estratégica, o conceito de Propósito Organizacional, que reúne a missão, a visão e os Valores da organização e que, principalmente no caso da missão, se relacionam com este tema da razão social.
Compartilho aqui o meu pensamento sobre a minha razão social para ilustrar e apoiar esta reflexão.
Iniciei meu pensamento visualizando vários círculos que representam diferentes níveis ou partes da sociedade, do que é mais próximo a mim, até o mundo todo, sendo um círculo dentro do outro.
O mais perto que tenho é minha família, além do meu papel individual, minha esposa e meus filhos, depois meus pais e meus irmãos. E aqui está o que considerei o maior legado ou a minha maior contribuição, porque no final os filhos podem representar a multiplicação direta do meu impacto.
São dois indivíduos (Renan e Heloisa), que ajudei a conceber e que posso ajudar a educar, a transmitir valores, a influenciar para que sejam pessoas do bem e que tenham suas razões sociais e um potencial infinito de impacto positivo.
É a razão social mais antiga do ser humano, a procriação para continuidade da humanidade neste mundo, mas é claro que vai muito além disso.
Depois pensando na família direta e indireta, acho que também posso ter um impacto positivo, ajudando com algumas necessidades de momento ou contínuas, trocando amor, aprendizados, e assim contribuindo de alguma maneira com a minha família, eu estou fazendo algo para uma pequena parte da sociedade, que pode parar aí ou se propagar.
Podemos seguir com o movimento de expansão, considerando seu impacto e contribuição com outros familiares e com os amigos. Pode ser na geração de lazer e de momentos agradáveis e por que não de felicidade, como nas trocas de ideias e experiências, principalmente com os mais novos, nas áreas que experimentamos e conhecemos um pouco mais.
Creio que compartilhando estamos criando a chance de impactar positivamente a sociedade, novamente pode ser diretamente, junto aos indivíduos com quem estamos ou indiretamente caso eles tomem algo e repliquem, apliquem e ampliem este impacto.
Atualmente até via as redes sociais, podemos compartilhar e criar impactos positivos.
No círculo seguinte, imaginei as minhas experiências profissionais, que hoje ocorrem sob a razão social da empresa que criei há quase dez anos, depois que deixei a vida de executivo de multinacional.
No contexto profissional, já contratei, já demiti, já liderei e fui liderado, planejei, executei e contribuii para algumas organizações e assim, sei que gerei impactos, que espero, tenham sido muito mais positivos.
Eu sinto ser corresponsável pela construção de marcas, pelo crescimento de vendas, pelo aumento de participação de negócios no mercado, pelo desenvolvimento de novos negócios, pela formação de profissionais, etc.
Hoje em dia, como advisor, consultor, mentor, creio que minha razão social, do Elber e da Wintepe, é ajudar meus clientes a atingirem objetivos de crescimento, evolução e melhorias, usando meu conhecimento, minha experiência e minha rede de contatos. Essa é razão social da Wintepe (além do seu nome grande de registro).
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Onde mais eu posso estar impactando a sociedade?
Eu participo de ações de voluntariado e ofereço meu tempo e meu capital intelectual para orientar, ensinar e apoiar jovens sem muitos recursos. Isto me dá uma satisfação enorme, e ranqueia alto na minha lista de contribuições para a sociedade, juntamente com contribuições financeiras, doações pontuais, quando possível.
Ah, eu sou professor há quase dez anos, em cursos de pós-graduação e MBAs, mas também em cursos online, de Edtechs, e alguns até são gratuitos. Constantemente recebo contatos e feedbacks de alunos ao redor do Brasil e do mundo, dando a boa sensação de impacto positivo.
Creio que só no presencial, foram centenas de alunos, e somando-se o conteúdo online, talvez chegue na casa do milhar de pessoas que talvez tenham aprendido algo com minhas aulas e assim possam ter feito algo bom na sociedade, pessoalmente ou profissionalmente.
E no final nossa vida em sociedade oferece oportunidades para somarmos na nossa razão social todos os dias.
Quando consumimos produtos, compramos algo, ele foi produzido por alguém, por uma organização e/ou por pessoas trabalhando e este consumo pode ser visto como uma contribuição a sociedade, assim como quando pagamos impostos, ou como quando efetivamente produzimos algo e servimos, viabilizamos.
Sim, podem existir impactos negativos, ao meio-ambiente e à sociedade em alguns tipos de consumo, mas estou na conta de soma para entender por completo minha razão social.
Assim como individualmente consumimos, as organizações também consomem além de produzirem e servirem.
Em vários clientes tenho notado o tema de ESG e as primeiras medidas a serem levantadas para avaliação do impacto ambiental, estão no consumo de água, de energia e na produção / geração de lixo, sendo que muitas vezes isto pode ser otimizado / melhorado para diminuir alguns impactos negativos.
Quanto maior a empresa / organização, maiores são os impactos, positivos, inclusive com a geração de emprego, com o número de clientes atendidos etc., mas talvez possa ter um impacto negativo a ser minimizado ou compensado.
Concluindo, todos temos impacto na sociedade, mas será que entendemos o suficiente a razão destes, a nossa razão social e como, a partir desta compreensão podemos maximizar a nossa contribuição?
Que tal refletir mais sobre a sua Razão Social, em todos os níveis, inclusive na sua organização, na sua vida como um todo e se você tem um negócio ou pretende ter; então porque não ter uma razão social forte, expansiva, e que signifique algo mais que o “nome” de registro da empresa ou a busca por lucros?
Como costumo dizer, para as coisas acontecerem é preciso mãos-a-obra, uma boa reflexão e o aumento da nossa consciência. Melhor ainda são as mudanças e os movimentos que você pode gerar, agora em linha com a sua razão social.
Imagine se coletivamente todos, na sociedade, caminhássemos na direção de termos uma razão social e priorizássemos sempre, gerar um impacto positivo, do bem, neste mundo, que nos dá tanto.
Ei, quem sabe este artigo e alguns outros, não possam ser considerados mais uma contribuição para minha razão social. O que você me diz?
Elber Mazaro é cofundador do Descomplicando Carreiras. Assessor, consultor e professor em Estratégia, Marketing e Carreiras. Mestrando em Empreendedorismo na USP, com pós-graduação em Marketing e bacharelado em Ciências da Computação. Possui mais de 25 anos de atuação mercado de tecnologia e liderança de negócio, marketing, vendas, serviços e área técnica.
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