* Por Fabiano Nagamatsu
O tema da governança tem sido discutido amplamente nos últimos meses devido à relevância do ESG para empresas de todos os segmentos e portes no mercado. ESG, em tradução livre, significa Governança Ambiental, Social e Corporativa. Esses três pilares em conjunto garantem que as empresas possam demonstrar sua responsabilidade quanto aos seus colaboradores e ao impacto ambiental resultado de seus processos.
A governança corporativa é um dos aspectos mais importantes relacionados a estabelecer um ambiente de trabalho saudável e transparente. Por que a transparência é tão importante? Porque todas as relações envolvidas na vida de uma empresa são baseadas na confiança.
Acompanhamos este ano o desbalanço do mercado causado pelas ações do Silicon Valley Bank no Vale do Silício. Esse caso pode ser entendido como uma falha de governança corporativa. Assim como instituições nacionais que, mais recentemente, também podem ter falhado nesse quesito.
Governança corporativa não se refere a uma só ação, mas sim a um conjunto de pilares. Ou seja, para que uma empresa possa afirmar que ela está com a governança corporativa em dia, ela precisa englobar quatro questões:
Equidade: proporcionar as mesmas oportunidades e tratamento igualitário a todas as pessoas dentro da organização;
Transparência: disponibilizar informações positivas e negativas para todos os stakeholders. Tanto dados financeiros como as condições de cumprimento das leis devem ser repassadas integralmente aos interessados;
Prestação de contas: deve ser cumprida a responsabilidade de prestação de contas quanto ao cumprimento da missão da organização, as tomadas de decisão de gestores e seus atos;
Responsabilidade corporativa: toda e qualquer empresa tem o potencial de impactar o ambiente de negócios, a sociedade e o meio ambiente. É parte das funções da organização reduzir externalidades negativas resultado de suas operações e trabalhar para um desenvolvimento consciente.
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Em outras palavras, a governança corporativa é uma forma de garantir que nada está sendo feito debaixo dos panos. Ela é uma prática muito bem reconhecida no mercado. Por isso, quando devidamente aplicadas, as práticas de governança corporativa ajudam a atrair investidores e evitar conflitos e possíveis escândalos.
Empresas de tecnologia costumam trabalhar com alta rotatividade de funcionários, por exemplo. Garantindo boas práticas de governança, a empresa consegue se assegurar de que haja equilíbrio de interesses por todas as partes envolvidas. Além disso, que seus ex-colaboradores não tenham motivos para reprovar rotinas e condutas.
Os quatro pilares de governança facilitam as tomadas de decisões e fortalecem uma imagem positiva e eficiente da empresa, tanto interna quanto externamente. Quanto mais cresce uma empresa, mais cargos de gestão ela precisa para manter seus mecanismos girando devidamente. Mas esses colaboradores essenciais devem estar alinhados com a missão da organização como um todo.
Nesse sentido, a governança dentro de uma empresa ajuda a direcionar, monitorar e avaliar as etapas da gestão empresarial; viabilizar o estabelecimento de responsabilidades nas estruturas organizacionais; otimizar a tomada de decisões; analisar riscos de mercado; tornar processos internos mais eficazes; padronizar periodicamente fluxos na equipe; gerar confiança em todos as partes interessadas no negócio (stakeholders) e, consequentemente, aumentar a rentabilidade de uma empresa.
Portanto, se você está à frente de um negócio, não deixe de lado os pilares de governança corporativa. São eles que vão assegurar a manutenção dos seus ideais e garantir que a empresa não se desvirtue com seu crescimento.
Fabiano Nagamatsu é cofundador da Osten Moove, aceleradora indicada no Startup Awards, Conselheiro na Osten Invest e Osten Games, e Alumni e mentor de negócios no InovAtiva Brasil.
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