A EasyJur, software jurídico que vem operando desde 2016, receberá uma rodada de investimento do novo fundo Black Founders Fund, do Google. A legaltech, que atualmente faz parte da turma mais recente do Google for Startups Accelerator, também receberá aporte financeiro e acesso continuado aos mentores do Google para aceleração do desenvolvimento de tecnologias inovadoras baseadas nas soluções da Google Cloud Plataform, utilizadas em computação em nuvem e Inteligência Artificial, como Machine Learning e jurimetria.
Com o apoio do Google, a legaltech investirá ainda mais em soluções tecnológicas, inovação e na contratação de novos talentos para sua equipe. De acordo com Vinícius Marques, fundador e CEO da EasyJur, o aporte é uma grande oportunidade para acelerar o desenvolvimento da startup.
“Estamos muito animados com o investimento do Google, faz muito sentido, pois a iniciativa converge com o propósito da EasyJur, que é revolucionar o status quo da forma de advogar e levar mais justiça para sociedade. Acreditamos que esse será um passo importante para que a EasyJur desenvolva soluções cada vez mais assertivas para o dia a dia dos profissionais do Direito”, ressalta.
O executivo destaca ainda outro ponto: a confiança do Google em empresas de inovação tecnológica como a EasyJur. “O investimento é muito bom, principalmente quando levamos em conta que o Google acredita em uma empresa como a nossa. A iniciativa vai desenvolver todo o ecossistema de inovação, quebrando muito os paradigmas, porque passamos a ter o selo de uma empresa global como Google, que acredita e investe”, comenta.
À frente da EasyJur, Vinícius reconhece que enfrentou muitos desafios por ser negro e da periferia. Neste sentido, o apoio do Black Founders Fund é muito importante e deverá ajudar outros empreendedores negros. “Tem muita gente preparada, em busca de uma oportunidade para tirar seus projetos do papel, gerar renda, emprego e impacto social”, conta.
A EasyJur nasceu a partir de uma experiência pessoal do empreendedor. Depois que sua mãe perdeu a casa da família em processo na justiça, em que o advogado perdeu o prazo processual, Vinicius pesquisou sobre o dia a dia dos profissionais de Direito e descobriu que os escritórios de advocacia ainda acompanhavam os prazos de processos judiciais manualmente.
A partir disso, ele decidiu criar uma solução para profissionalizar todo o processo de gestão dos escritórios de advocacia. Com o apoio da EasyJur, muitos escritórios abandonaram o uso de planilhas e outros recursos ultrapassados, e estão reduzindo em até 80% as atividades repetitivas e manuais. Atualmente, a EasyJur atende mais de 60.000 advogados.
Nos últimos anos, a legaltech tem apresentado crescimento exponencial. Somente neste ano de 2020, a startup saltou de 15 para 32 profissionais, além de projetar ultrapassar a marca de R$ 2,5 milhões em faturamento. Com o apoio do Black Founders Fund, a previsão é que, em 2021, o time, o faturamento e a base de usuários da empresa cresçam, em média, 100%.
“A EasyJur une inteligência humana e artificial para tornar a gestão dos escritórios de advocacia mais ágil e digital”, conta Vinicius. Ele explica que a solução atende tanto escritórios de advocacia que atuam no contencioso quanto no consultivo. “Desenvolvemos soluções baseadas em metodologias ágeis, como scrum e kanban, utilizadas em empresas globais, como Google. Nosso objetivo é revolucionar a forma de trabalho do operador do direito, eliminando completamente as atividades repetitivas e manuais, potencializando os resultados e auxiliando-os nas tarefas do dia a dia”, explica o executivo.
Muitos advogados possuem o medo de serem substituídos pela tecnologia, mas, na visão do fundador, os advogados que tomaram o lugar da tecnologia, se ocupando com atividades meramente repetitivas, sem qualquer valor intelectual agregado. “Nenhuma pessoa estuda por anos para simplesmente realizar tarefas de copiar e colar no seu dia a dia. O operador do direito é indispensável para levar à sociedade justiça, e a transformação digital da advocacia 4.0 veio para potencializar a capacidade do advogado”, conclui.