A LinKapital, fintech de crédito voltada para pequenas e médias empresas de todo o Brasil, concluiu sua primeira rodada de securitização financeira – processo de proteção de uma dívida que garante ao credor o pagamento antecipado -, capitaneada pela gestora independente Augme Capital através do fundo Warehouse que tem como investidor além da própria Augme, o fundo multi mercado mais respeitado do Brasil. Na rodada, foram levantados R$ 22,2 milhões, que serão utilizados para realizar cerca de 80 operações de crédito nos primeiros meses de 2022.
Fundada em abril de 2021, a LinKapital assumiu o desafio de conectar o pequeno e médio empresário, com negócios de faturamento anual de R$ 2 milhões a R$ 100 milhões, com o mercado financeiro, por meio de empréstimos que se transformam em produtos de investimento em renda fixa e crédito privado. Isto é feito com a ajuda de uma sofisticada plataforma tecnológica que reúne mais de 600 informações sobre uma empresa em questão de minutos e enriquece os dados com informações submetidas pelo cliente em formatos padronizados pela SEFAZ. Os dados públicos são coletados usando apenas o número do CNPJ, oriundos de diversas fontes como Receita Federal, judiciário cível e trabalhista, cartórios de protestos e juntas comerciais.
Ainda é possível que o solicitante contribua para uma análise mais eficiente de crédito enviando outros arquivos complementares, como as duplicatas em formato XML e o SPED Fiscal em TXT, facilitando a leitura por parte dos robôs. “Esses documentos já são fornecidos para Receita Federal nesses tipos de arquivos, mas os declarantes normalmente só se atentam ao recibo em PDF”, aponta Hector Benitez, CTO da fintech.
Uma vez coletadas, as informações são submetidas a um modelo creditício, batizado de Método K, que gera a análise de crédito automaticamente e direciona o solicitante do empréstimo para um dos quatro tipos de financiamento disponíveis: aval dos sócios, desconto de recebíveis, receita recorrente ou garantia de imóvel. As condições e os juros de cada uma das modalidades variam de acordo com o perfil da empresa. “É um contraponto ao crédito padronizado dos grandes bancos, onde as ofertas são definidas antes e o cliente apenas aceita ou não. No nosso caso, oferecemos uma oportunidade de acordo com as características do negócio, um crédito que faz sentido para o empresário”, diz Benitez.
A individualidade da oferta é possível graças à figura do Agente K, um agente autônomo de crédito corporativo que muitas vezes já conhece a realidade das empresas solicitantes. Responsável pela originação dos empréstimos, o agente ajuda o empresário a encontrar a linha de financiamento que mais faz sentido para o negócio, assim como o auxilia a conseguir os melhores prazos e taxas de juros através de informações complementares. “O Agente K muitas vezes é originário do sistema bancário, onde atuava como gerente especializado em serviços para pessoas jurídicas, mas também pode ser um ex-contador, advogado ou vir de alguma outra carreira que permitisse ter proximidade com a gestão empresarial”, explica Fausto Morais, CSO e cofundador da LinKapital. Atualmente, já são 30 Agentes K, número que deve subir para mais de 300 no próximo ano.
Em determinado momento, todos os empréstimos serão organizados conforme suas características e se transformarão em produtos de investimentos no mercado financeiro. A LinKapital pretende oferecer para os investidores opções de Securitizações Financeiras e FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), que oferecem remunerações maiores que a renda fixa tradicional. Os benchmarks adotados para os fundos serão o CDI ou o IPCA, dependendo do tipo de colateral. “Esta é uma modalidade de investimento muito comum em economias mais desenvolvidas. Nos EUA, por exemplo, mais de 80% do crédito no país é negociado no mercado financeiro. No Brasil, este é um movimento ainda incipiente”, diz Renato Hersz, CEO da LinKapital.
A expectativa, segundo o CEO, é que o ano de 2022 seja marcado pelo crescimento e consolidação da LinKapital no mercado, superando a marca de 300 clientes e com uma carteira de crédito total de aproximadamente R$ 100 milhões. Já para 2023, a expectativa é triplicar de tamanho em relação ao período anterior.
* Foto destaque: Em pé, da esquerda para a direita: Felipe Kawahara, Customer Journey Manager; Fausto Morais, CSO; Bruno Chiminazzo, COO; Renato Hersz, CEO; Juliana Englert, mentora; Hector Benítez, CTO.
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