* Por Paulo Justino
Em uma sociedade que opera cada vez mais de forma digital, é essencial investir em inovação para garantir um crescimento dos negócios e, até mesmo, a sobrevivência da empresa. Hoje, metade das PMEs são fechadas nos primeiros cinco anos de atuação e um dos fatores apontados como causa é a falta de uma presença digital forte.
O mercado empresarial está cada vez mais acirrado e as empresas precisam encontrar formas de aumentar a lucratividade e fazer seus negócios crescerem sem perder a essência. Para as pequenas e médias, a tecnologia pode fazer ainda mais diferença nesse crescimento. Apesar disso, muitas empresas ainda não se renderam por não compreender a importância ou mesmo não saber viabilizar seu potencial, ou até como os recursos tecnológicos podem ser aplicados.
Uma forma de incluir essa realidade na operação é a colaboração entre empresas. Investir em venture builders pode agregar conhecimento, network, estimular novos negócios, garantir investimentos, trazer visibilidade e expertise em diversos setores. O processo se inicia pela captação de ideias embrionárias assim como projetos já iniciados, e vai até o aporte financeiro nas rodadas de investimentos premeditadas.
Esse modelo leva empresas já consolidadas a colaborar com startups objetivando transformar as corporações por meio da inovação. Conforme as empresas vão amadurecendo, seu crescimento tende a cair, o que abre espaço para uma defasagem de mercado. Assim, mais do que simplesmente pensar em formas de se manter competitivas no presente, as organizações precisam encontrar meios de se sustentar também no futuro. Por outro lado, as pequenas empresas ganham a possibilidade de otimizar seus recursos e expandir.
A atividade das venture builders está mais próxima de um potencial disruptivo, além de também promover a geração de um novo core business, possibilitando colocar em prática outros potenciais. Além disso, esse modelo, em comparação a outros, ajuda a diminuir riscos por meio de um forte alinhamento estratégico e da integração da companhia.
Com os objetivos alinhados entre os parceiros e com foco em tecnologia, as organizações, juntas, fundam uma terceira empresa, que selecionará no mercado companhias capazes de propor soluções para as dores daquela instituição, além de levar essas ofertas para o mercado.
As startups vêm desafiando a forma como empresas tradicionais tocam seus negócios. No Brasil, o ecossistema vem batendo recordes. Nos primeiros cinco meses de 2021, os valores aportados foram equivalentes a 90% dos investimentos realizados em todo o ano de 2020.
Nessa lógica, as empresas ganham todo o apoio necessário para crescer, ocupando-se com atividades ligadas ao desenvolvimento das soluções, enquanto a venture atua em questões mais burocráticas e estratégicas, com foco em crescimento.
A venture builder se diferencia ao oferecer um pacote de benefícios que vai além de apenas dinheiro. Como o propósito é aumentar as chances de escalada dos negócios, as vantagens são nítidas em duas vertentes: do lado do empreendedor e também do investidor.
Paulo Justino é Fundador e CEO da FCJ Venture Builder, investidor e mentor de startups. Possui 36 anos de experiência na área de tecnologia. Atuou como CIO no Triângulo Mineiro e como diretor comercial por 15 anos. É formado em Administração pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e em Marketing pela Estácio de Sá.