* Por Fabiano Nagamatsu
O ambiente virtual está em constante evolução e os desenvolvedores de games não ficam de fora dessa regra. Mesmo atraindo milhões de pessoas ao redor do mundo com a possibilidade de produzir renda dentro de uma lógica de gamificação, os jogos play-to-earn não tendem a oferecer uma interface divertida para os usuários. E isso está no processo de mudança – da lógica de “jogar para ganhar” para o “jogar e ganhar”.
A diferença entre os dois é muito simples. O conceito do “play-and-earn” tem o potencial de atrair uma gama muito maior de jogadores, porque o foco principal é o entretenimento. Os jogos agora deverão ser divertidos e envolventes. Dessa forma, eles conseguirão engajar usuários de todos os tipos: desde aqueles mais comprometidos com os ganhos até os usuais, que podem achar interessante a ideia de ganhar dinheiro jogando no seu tempo livre.
Existe ainda mais um conceito, bastante utilizado no mundo corporativo: o “play-and-learn”. Ele foi criado na década de 1980 e é muito útil para ajudar crianças a desenvolver seu interesse no aprendizado. Mas com a pandemia de Covid-19 e o pico de contratações de funcionários de forma remota, eles são cada vez mais procurados. Eles configuram jogos desenvolvidos por empresas para ajudar no onboarding de colaboradores, também chamados de Serious Games.
No contexto dos cryptogames, temos visto uma série de notícias sobre fraudes e atividades ilícitas, o que tem feito com que muitas pessoas se sintam inseguras em participar. No entanto, isso não é novidade.
Já faz algum tempo que nós, especialistas do mundo da tecnologia, temos alertado usuários desavisados sobre a importância do cuidado quando se decide entrar no mundo virtual com o intuito de lucrar. Seja com investimento em criptomoedas ou no universo dos games, o terreno é vasto e, pelo menos por enquanto, abriga uma série de esquemas de pirâmide, além dos “rug pulls”: quando o desenvolvedor “puxa o tapete” dos usuários e leva todo seu dinheiro.
Para saber se uma plataforma é séria e se é um ambiente seguro para investir suas criptomoedas, existem alguns requisitos necessários a se verificar. O primeiro deles é checar quem são os desenvolvedores daquele game. Quando o jogo é desenvolvido com más intenções, as chances são grandes de que eles ficarão no anonimato. Portanto, fazer uma pesquisa básica na internet já ajuda muito na segurança dos usuários.
Além disso, é essencial que as transações e a plataforma estejam registradas em blockchain. Essa tecnologia é praticamente impossível de ser hackeada, garantindo que seus dados e o montante de seu investimento permaneçam seus. Procure também analisar o white paper do jogo. Ele é um documento que deve detalhar todas as regras e objetivos do jogo, além das informações financeiras atreladas a ele.
Também é vital que ele tenha um smart contract disponível que envolva os usuários e seus ganhos ao longo do jogo. Esse tipo de “contrato inteligente”, produzido em blockchain, transfere automaticamente as criptomoedas para o jogador de acordo com as regras pré-estabelecidas. Não deixe de conhecer a comunidade envolvida nesse sistema. Quem são as pessoas que fazem parte dela? É uma comunidade forte?
O mundo virtual possibilita um enorme leque de possibilidades para unir o útil ao agradável: a diversão dos jogos atrelada ao ganho financeiro e ao crescimento profissional. E isso é uma vantagem clara de se utilizar essa ferramenta. Só é preciso cuidado no momento de escolher de qual ambiente participar. Portanto, faça sua lição de casa. Conheça o game antes de investir e evite cair em golpes.
Fabiano Nagamatsu é cofundador da Osten Moove e mentor de negócios no InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups da América Latina, indicado dois anos consecutivos entre os 3 mais influentes em mentoria e investimento do Startup Awards 2019, iniciativa da Abstartups, e finalista como mentor do ano em 2020 e 2021.