*Por Juliane Mendes Lemos Blainski
Até onde vai a responsabilidade das grandes empresas em relação à preservação da natureza? Nos últimos anos, o conceito de ESG tem ganhado destaque no mundo dos negócios. A adoção de práticas sustentáveis e responsáveis não é apenas uma questão de ética, mas também uma estratégia inteligente para empresas que desejam prosperar a longo prazo. Um dos elementos cruciais dentro desse contexto é a preservação das florestas, especialmente as florestas tropicais, que desempenham um papel vital em diversos aspectos ambientais, sociais e econômicos.
A sustentabilidade é fundamental para a regulação do clima global, atuando como sumidouros de carbono que absorvem grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Além disso, elas são habitats essenciais para uma vasta gama de biodiversidade, abrigando milhões de espécies de plantas, animais e microorganismos. A conservação das florestas ajuda a manter a biodiversidade, que é crucial para a saúde dos ecossistemas e para a resiliência contra mudanças climáticas.
Do ponto de vista social, as florestas oferecem inúmeros benefícios para as comunidades de produtores rurais familiares. De acordo com o último Censo Agropecuário, a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Além disso, é responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do país e por mais de 70% dos brasileiros ocupados no campo. Essas comunidades utilizam os recursos florestais para alimentação, medicina, abrigo e outros aspectos essenciais de suas vidas.
Governança e ESG
A governança é um pilar fundamental no contexto ESG. Empresas que demonstram compromisso com a preservação ambiental e social são vistas como mais transparentes e responsáveis. Adotar práticas de conservação florestal pode melhorar a reputação de uma empresa, aumentar a confiança dos investidores e atrair consumidores conscientes. A transparência nas práticas de governança também envolve a divulgação de informações claras sobre as ações ambientais e sociais da empresa, permitindo uma melhor avaliação por parte dos stakeholders.
Não investir na preservação é assumir riscos em relação a desastres naturais, mudanças climáticas e perda de reputação. Aquelas que investem na preservação ambiental estão mais bem posicionadas para aproveitar oportunidades de mercado, como incentivos fiscais, subsídios e acesso a mercados verdes. Além disso, essas empresas podem estar à frente na conformidade com regulamentações ambientais cada vez mais rigorosas.
A floresta em pé é um ativo inestimável dentro do contexto dos negócios ESG. A conservação das florestas não só contribui para a saúde do planeta, mas também fortalece a posição das empresas no mercado global, melhora a qualidade de vida das comunidades locais e protege a biodiversidade. Adotar práticas de preservação florestal é uma estratégia essencial para empresas que buscam ser líderes responsáveis e sustentáveis no século XXI.
A partir da visão como doutora em Biotecnologia e Biociências e CEO de startup ligada ao ESG na produção rural, enfatizo o quanto os investidores conscientes mudaram o cenário corporativo por buscarem empresas comprometidas com rastreamento e monitoramento das ações. Principalmente, levando em consideração o aumento das mudanças climáticas, da poluição e da escassez de recursos naturais. Nesse contexto, o poder dessas empresas não é apenas de reduzir seu impacto ambiental, mas também colaborar com um futuro mais resiliente.
*Juliane Mendes Lemos Blainski é CEO e cofundadora da ManejeBem e especialista em empreendedorismo para startups. Além disso, atuou como diretora da Vertical Agtech da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia).
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