* Por Alexandre Gotthilf
Empresas em todo mundo têm se mostrado preocupadas em contemplar pautas e realizar ações com valores sociais, ambientais e de governança. Estes três eixos passaram a ficar conhecidos pela sigla ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) e o motivo deste tema estar em alta se dá, especialmente, à conscientização e politização dos consumidores. É muito comum observarmos clientes que se tornam defensores da marca ou passam a abominá-la por conta das ações (ou a falta delas) quanto essas frentes.
No mercado nacional, a busca pela sigla triplicou neste ano quando comparado com 2021. Segundo levantamento realizado pelo Google Trends, dentre os países latino-americanos, o Brasil foi o que mais pesquisou sobre o tema no período de 12 meses, posicionando-se entre os 25 países que mais buscou se informar sobre ESG em todo o mundo.
A sigla passou a ser sinônimo de responsabilidade socioambiental para empresas, estando diretamente vinculadas à reputação das companhias, servindo como influência direta no posicionamento de marcas. Diversas empresas visam tomar atitudes voltadas para o ESG apenas como forma de mostrar-se ao mercado, mas a pergunta que fica é: o quão legítimas são as ações quanto aos valores propostos por essa pauta?
Uma iniciativa que vem atraindo bastante atenção e credibilidade para empresas que a adotam é o Sistema B, que surgiu há 8 anos no Brasil e tem o objetivo de transformar o sistema econômico tendo em vista o benefício da população. Ele define padrões, políticas e oferece ferramentas para que os negócios alcancem objetivos que englobam a sigla, mudando desde sua cultura à forma de operação.
A credibilidade surge quando o Sistema disponibiliza um certificado para aquelas empresas que atingem os mais altos padrões de impacto positivo e ficam conhecidas como Empresas B. Essas companhias são vistas como líderes na forma com que questões contemporâneas socioambientais e de governança podem ser endereçadas, trazendo não somente uma nova lógica para o mercado, como também conscientizando as empresas a medir e gerenciar seu impacto, para que este seja sempre positivo, mostrando principalmente que é possível alinhar lucro e propósito.
Mesmo que não aderindo ao sistema, as empresas precisam passar a pensar no impacto que suas escolhas causam no médio e longo prazo em todos os cenários. O descarte de produtos, os investimentos realizados, a cultura disseminada ao time de colaboradores e, principalmente, de que forma o grande público vai ser afetado com as ações e decisões tomadas pela sua marca.
Cabe às lideranças das empresas implementarem mudanças dentro da cultura institucional com o objetivo de alcançar impactos positivos não apenas para os cofres, mas para a sociedade e o meio ambiente. É preciso enxergar que essas atitudes são fundamentais para posicionar a marca de maneira positiva.
Empresas que passam a praticar de fato políticas voltadas para o ESG, serão os grandes protagonistas do mercado futuramente, servindo de exemplo positivo para clientes e concorrentes e propagando ações que mudarão a vida das pessoas.
Alexandre Gotthilf é cofundador e CEO da Plugify, startup brasileira de HaaS – Hardware as a Service que simplifica o acesso e a gestão de TI para empresas de todos os portes. O executivo estudou na Graded School e cursou Relações Internacionais na ESPM e MBA em Administração e Gestão de Negócios na FGV. Antes de criar a Plugify, Alexandre foi Gerente Geral na Pitzi e Trader na Cisa Trading.