A Taranis, empresa focada em soluções para monitoramento de precisão para a agricultura global, recebeu um aporte de US$ 40 milhões em uma rodada de investimento de série D. A ação foi liderada pela Inven Capital, um fundo europeu focado em tecnologia climática. Esta última rodada eleva o financiamento total da empresa para US$ 100 milhões.
De acordo com Bar Veinstein, CEO da Taranis, o aporte representa muitas oportunidades e permitirá à empresa acelerar seu plano de crescimento de três anos entregando inteligência de colheita para o agronegócio global e em particular, o Brasil. “Este país é o segundo maior mercado para nós e pretendemos aumentar o nosso investimento para expandir as operações locais e fornecer insights para proteger milhões de hectares de plantações”, disse.
A Taranis Smartscout é uma plataforma digital com inteligência artificial, focada em ajudar os produtores, distribuidores e consultores agrícolas a tomarem decisões mais assertivas. A ferramenta utiliza imagens de nível foliar que são analisadas por machine learning de última geração, e que é alimentada pela maior biblioteca de imagens de campo de alta resolução, contendo mais de 200 milhões de pontos de dados de IA. Deste total, o mercado brasileiro representa entre 10% e 15%.
Presente no Brasil desde 2017, desenvolvendo todas as tecnologias necessárias para suportar o monitoramento de alta precisão, o principal foco da empresa é a cultura de cana-de-açúcar com atuação junto às grandes usinas, principalmente da região Sudeste e Centro Oeste do país. Anualmente já monitora cerca de 300 mil hectares, entretanto, o objetivo é passar a marca dos 600 mil até o final de 2023. Além disso, também tem atuação na soja, milho, sorgo, algodão e pastagens.
De acordo com Fábio Franco, gerente geral Brasil da Taranis, o mercado nacional hoje representa a maior oportunidade agrícola no fornecimento de alimentos para o mundo e a geração de energia limpa através principalmente do segmento sucroalcooleiro. “Esses fatores refletem diretamente no potencial gigantesco do país, por isso, o nosso foco está na ampliação e atendimento de demandas para o mercado”, destaca.
Com o novo aporte, a Taranis passa também a se dedicar ainda mais ao mercado de créditos de carbono agrícola, ou seja, ao desenvolvimento de tecnologias em larga escala para melhorar a sustentabilidade e a prosperidade das operações.
A ideia da empresa é disponibilizar uma ferramenta de medição, reporte e verificação (MRV) de crédito de carbono, que deve estar no mercado até 2023. “Vamos desenvolver essa solução que proporcionará a realização de recebimento digital de crédito de carbono para o mercado mundial”, reforça Franco.
Atualmente, uma das maiores dificuldades desse processo está justamente no alto custo de medir e reportar esses créditos. “Há uma demanda no mercado agrícola hoje, não é algo fácil de ser feito, mas estamos investindo no desenvolvimento de uma ferramenta de MRV e vamos disponibilizar isso aos nossos parceiros, agricultores, distribuidores em um futuro próximo”, finaliza Lucas Geraldini, diretor de Marketing e Customer Success.