* Por Renata Moraes
Não é difícil perceber o quanto a questão do ESG – sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa – se tornou presente nas mais diversas discussões da sociedade e pauta de conversas estratégicas de executivos. No entanto, essa preocupação das organizações deve ir além do discurso. O tema de Diversidade, Equidade e Inclusão precisa sair da área de recursos humanos e fazer parte do planejamento estratégico dos negócios, independente do tamanho da empresa ou setor que atua.
Ao entender a importância do negócio estar alinhado com as práticas de ESG, é necessário definir quais serão as principais motivações da sua empresa para executar essas mudanças, uma vez que isso irá nortear o apetite em trabalhar o assunto de maneira estratégica, além de ajudar a mensurar os resultados. Responsabilidade social e compromisso com impacto positivo são muito importantes, mas geralmente não são eles que mobilizam recursos para realizar as transformações necessárias.
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Essas motivações, obviamente, mudam de organização para organização, e podem ser questões como melhorar a imagem com o consumidor final, já que a sociedade está cada vez mais cobrando a participação das empresas nas questões sociais, fortalecer a reputação corporativa pensando num IPO, entrar em um novo mercado em que se posicionar com seu público gere valor ou até mesmo expandir a diversidade do time interno pensando em atração de talentos.
Diversidade e inclusão em 2023
Esse é o tipo de alinhamento que se faz em conversas francas entre as principais lideranças do negócio. Aliás, se essas lideranças não estão no barco é bem difícil promover mudanças estruturais. Após identificar as expectativas da empresa com Diversidade, Equidade e Inclusão, é possível traçar uma meta de onde se deseja chegar. E, a partir disso, planos de trabalho. Nesse começo de 2023, minhas provocações para você são as seguintes:
Seja 2023 o ano do início dos esforços de DEI na sua empresa ou mais um ano de uma estratégia consolidada, já estão definidas as prioridades do ano?;
E quais são as metas e indicadores que nos ajudarão a avaliar se “chegamos lá”?;
Sua empresa tem uma boa governança para tirar tudo do papel? A minha recomendação é envolver colaboradores sêniores que endossem o trabalho, tragam visibilidade e acelerem aprovações, além de profissionais de áreas funcionais críticas para os distintos planos de ação e representantes dos grupos minorizados a quem as ações se destinam;
Vale destacar algo que recomendo fortemente: alinhar o time todo sobre para onde a empresa deseja ir e o porquê é o primeiro passo (e que precisa de atualização contínua porque a empresa é um organismo vivo). Antes mesmo de começar a contratar e formar uma equipe mais diversa, por exemplo, é importante oferecer treinamentos e capacitações para os seus atuais colaboradores, para que eles estejam prontos para promover um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo, entendendo e respeitando as diferenças.
Recentemente foi criado um termo nos Estados Unidos para o momento de negócios que estamos vivendo: capitalismo de partes interessadas (ou stakeholders). Na prática, a mensagem é de que não dá mais para gerenciar negócios olhando apenas os indicadores de curto prazo de saúde financeira, passou a ser a ordem do dia gerenciar ecossistemas.
Cada ecossistema é composto por sua rede particular: investidores, clientes, consumidores finais, órgãos reguladores, associações de classe, pessoas colaboradoras, dentre outros. E cada vez mais o tema de Diversidade, Equidade e Inclusão é uma expectativa desses diversos públicos. Por isso, resolver o desafio complexo de praticar inclusão em um país diverso – e pouco inclusivo – como o Brasil não pode ser tarefa apenas de Recursos Humanos.
* Renata Moraes é CEO e Fundadora da ImpulsoBeta
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