Por Carlos Perobelli*
A capacidade de adaptação é um dos principais fatores para a sobrevivência de uma empresa. Com a crescente necessidade de otimização e agilidade nas operações corporativas, a inovação tecnológica e organizacional desempenha um papel importante no desenvolvimento dos empreendimentos. A melhoria de processos existentes, a atualização de sistemas e a reinvenção de negócios estabelecidos são elementos-chave para que corporações de diversos portes obtenham resultados satisfatórios. Apesar da necessidade de evolução constante, um dos principais erros de empresários inexperientes é achar que uma simples ideia criativa pode salvar seu negócio.
É importante entender que uma solução inovadora não avança sozinha. O idealizador deve analisar minuciosamente a forma de aplicação do conceito e o mercado em que será inserido. Não adianta buscar inovação sem compreender como vender o produto e quantas pessoas serão atingidas. Muitas empresas investem em ideias que, no papel, parecem boas, mas não conseguem desenvolvê-las de forma rentável devido a problemas de estratégia e falta de visão de mercado.
Estabelecer um processo interno baseado em práticas já testadas é o caminho ideal. Essa operação geralmente envolve cinco etapas principais: criação da estratégia, ideação, diagnóstico, criação do MVP (Produto Viável Mínimo) e implantação. As etapas iniciais, como a identificação de uma boa ideia e o planejamento estratégico, são particularmente desafiadoras, pois é a partir delas que podemos ver se há um futuro no produto/serviço. Ao dedicar tempo e recursos a essas fases, as organizações podem aumentar consideravelmente suas chances de sucesso, reduzindo riscos e aproveitando ao máximo as oportunidades.
Deve-se considerar que as tecnologias atuais podem não fazer parte do nosso cotidiano em uma década, e as empresas que não se adaptarem rapidamente estão destinadas a desaparecer. O surgimento da inteligência artificial (IA), por exemplo, revolucionou diversos aspectos do universo empresarial. Segundo pesquisa da Gartner, 37% das empresas dos EUA, Alemanha e Reino Unido já implementaram a IA de alguma forma, e espera-se que este número continue a crescer significativamente.
Apesar da revolução tecnológica dos últimos anos, o papel dos líderes empresariais no desenvolvimento de ideias inovadoras não pode ser subestimado. É possível criar núcleos empresariais destinados à inovação, selecionando profissionais com perfil criativo e inovador. Se o gestor tiver boa visão de negócios e a operação se desenvolver dentro de business cases, a equipe pode atingir ótimos resultados.
O imediatismo enraizado no mercado brasileiro atrapalha o desenvolvimento de novas ideias, mas as empresas do país têm aberto os olhos para produtos com viés inovador. De acordo com relatório da PwC, empresas brasileiras que adotam abordagem estruturada para inovação são 30% mais propensas a serem líderes de mercado. Com ideia claramente definida e plano estratégico bem estruturado, os projetos têm base sólida para prosperar e alcançar objetivos a longo prazo.
Em suma, a inovação deve ser trabalhada com cautela e organização. A execução das estratégias de desenvolvimento do produto é tão importante quanto a ideia inicial, e a empresa deve estar preparada para lidar com imprevistos. Investir tempo principalmente nas etapas iniciais potencializa a probabilidade de sucesso e rentabilidade do projeto, e a empresa certamente ganhará vantagem competitiva no setor em que atua. Afinal, a inovação se concretiza por meio de bom planejamento, e o mercado não perdoa quem se prende a ideias que não apresentam vantagens práticas e lucrativas.
CEO da Nexmuv e idealizador do The Garage*
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