*Por Denis Ferrari
Antes de mais nada, ressalto que o mercado está em constante movimento e que há diversas análises e apontamentos do tema em questão, que deixa claro quais são as ideias promissoras que devem ser observadas. Aqui, complemento com a minha visão a respeito de tudo o que me cerca. E para trazer as resoluções, primeiro faço uma provocação: o maior problema do mercado é analisar apenas projetos e planilhas, mas não analisar as pessoas.
Desta forma, é inviável tangibilizar o potencial daqueles que fazem o projeto, de fato, acontecer. Do meu ponto de vista, esse é um dos fatores mais importantes e que diferem um líder, este que deve saber desenvolver um time.
Reconheça os pontos fortes e fracos da equipe; entenda como recebem as críticas
O principal aspecto é se permitir conhecer a pessoa e os seus pontos fortes ou fracos, principalmente como ela reage às críticas, porque quando nós estamos falando dos líderes investidores, ele cumpre às vezes um papel de mentor e precisa saber ouvir para saber desenvolver. De nada adianta ter um tubarão que não ouve as pessoas.
O que motiva seu time?
Outro ponto é a motivação de quem está no projeto. Será que faz parte do propósito da pessoa estar trabalhando nisso? Por que ele é importante, pessoalmente falando? Essas perguntas são fundamentais, pois, em um projeto de startup, é normal uma empresa levar cerca de 10 anos para virar um ativo em seu hiper potencial.
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Se a motivação por trás da liderança não for forte, se não tiver sentido ou propósito, pode ser muito difícil desenvolver aquela pessoa. O empreendedor deve ser resiliente, mas a motivação está muito atrelada a isso, que também vai inspirar as outras pessoas ao meu redor a me ajudar. Ou seja, a motivação é o ingrediente principal. É necessário analisar o porquê, de fato, aquilo é importante. Será que esse projeto a inspira?
Para além dos problemas, entenda as dores
Agora com relação ao projeto, existem três pontos que são mais tangíveis e aqui, estou focando diretamente em investimento anjo, ou seja, um profissional já com certa bagagem de mercado que entra em uma empresa com foco em aportar capital em sua fase inicial para transformá-la em um negócio viável e rentável. O item principal dessa dimensão é a relação de problema e dor. Muitos projetos iniciantes acham um problema pra resolver, mas nem sempre a dor está clara, e as pessoas, sendo clientes ou consumidores, não compram solução, elas adquirem alívio para suas dores.
Resumidamente, o problema é do negócio e a dor é da pessoa. Se isso não estiver claro, será impossível definir uma meta de vendas produtiva e crescer sistematicamente.
Cases de uso da solução: o que os clientes estão dizendo?
Outro ponto a ser destacado é que, mesmo não tendo resolvido a questão comercial, é possível encontrar os primeiros clientes para a solução e é muito importante analisar o que eles estão dizendo sobre isso, não o que o empreendedor está falando, pois os empreendedores mais maduros já trazem as narrativas dos cases de sucesso. Assim, é muito mais importante saber a perspectiva do cliente do que do empreendedor, isso porque ela será mais objetiva e real, o ponto mais importante a ser estudado, no fim das contas. E, o mais importante é entender se ela solucionou a dor.
Receitas atuais e receitas possíveis
Quando se fala sobre receita real e possível, é normal que a maior parte dos empreendedores não tenham nascido empresários e geralmente, uma mesma empresa tem múltiplas fontes de receita dentro da composição de seu resultado. Não tendo muita maturidade, o empreendedor mira em uma fonte e tenta fazê-la funcionar. E pode ser que ele obtenha sucesso nos primeiros clientes, mas gera uma percepção ruim nos resultados iniciais.
Portanto, é importante que o investidor entenda, não apenas o que o empreendedor está trazendo, mas também como ele imagina que o projeto possa gerar lucro, avaliando as fontes de receita apresentadas e as que ainda não foram exploradas.
Um ponto importante para identificar ideias promissoras tem relação com a capacidade do investidor do projeto, que tem três funções objetivas, com foco o em investimento anjo: acelerar a jornada por transferência de know-how voltado para o empreendedor; networking para abrir portas, sendo para a captação de clientes ideais ou para encontrar parceiros, lideranças e permitir que o empreendedor saia da bolha; o terceiro ponto é a viabilidade de conseguir captar o que o projeto precisa para continuar crescendo, ou seja, seguir gerando novos investimentos.
Portanto, concluo que os investidores têm um papel muito importante no crescimento de projetos e empresas, e pensar a médio e longo prazo se torna fundamental para, além de um olhar atento para as pessoas ao redor, as portas que podem se abrir para a exponencial expansão dos projetos.
*Denis Ferrari, é CEO da Azys, primeira aceleradora de inovação independente do Brasil
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