* Por Denny Mews
Com a nova alta do combustível no início de março, diversos mercados estão sendo afetados e toda a sociedade pagará essa conta. Na logística, por exemplo, esse aumento reflete diretamente no valor do frete, já que 70% dos produtos que chegam até nós passam pelo transporte rodoviário de carga, e o combustível representa cerca de 50% dos custos. É uma conta altíssima para o segmento e para todos os brasileiros. Portanto, elevar a gestão e a produtividade desse transporte é imprescindível.
Além da preocupação com o preço do combustível, a perda de cargas é outra realidade a ser combatida para evitar prejuízos. No entanto, a tecnologia está à disposição da logística para a gestão de toda a frota em tempo real. Ferramentas como Business Intelligence (BI) permite o armazenamento de todos os dados do motorista responsável pela condução da carga, gerando um histórico preciso com jornada de trabalho, tempo de parada, trajetos percorridos com controle de velocidade, além de registros de coleta e entrega. Ao analisar os dados, é possível definir os melhores perfis de condução para cada cliente e carga.
As pessoas querem cada vez mais agilidade, o diferencial está na entrega de um dia ou mais, não esquecendo da segurança, com comprovações, fotos e outros recursos. Por isso, os dados de entrega são muito importantes nos dias de hoje, pois o comprometimento dos embarcadores e transportadoras está em realizar a entrega dentro do prazo, e o mais rápido possível. Para facilitar a identificação de motoristas e suas respectivas habilitações, por exemplo, já é possível contar com o uso da Inteligência Artificial (AI). O recurso valida o cadastro do motorista, que faz uma selfie e tira uma foto de seu documento de habilitação.
A partir dessa validação, as imagens são enviadas para a portaria da empresa atendida juntamente à ordem de serviço. O uso da tecnologia de A.I. evita fraudes e roubos por falsos portadores, além de garantir o gerenciamento de cargas, por meio do agendamento para veículo específico, rastreio e monitoramento de itens, com local de destino, previsão de entrega e sinalização em caso de possíveis atrasos.
Para cargas mais delicadas, que exigem o correto acondicionamento, a tecnologia de IoT [sigla em inglês para Internet das Coisas] é outra inovação para o setor, sendo responsável pelo monitoramento de temperatura e umidade dentro do veículo, por exemplo. Tal funcionalidade permite o controle constante de temperatura, em tempo real, evitando perdas de produtos, além de evitar desperdícios com energia elétrica e combustível.
Um segmento que já sofre com acidentes, avarias, sinistros e a alta de preços, pode e deve evitar outras perdas por meio da tecnologia, já que os benefícios são inúmeros. Com assertividade no monitoramento e automatização total da gestão do transporte de cargas, a produtividade do setor será garantida, com muito mais eficiência e agilidade.
* Denny Mews é fundador e CEO da CargOn e professor do MBA em Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), da Fetrancesc com a Católica de Santa Catarina – Centro Universitário.