* Por Luiz Penha
Atualmente, é possível afirmar de forma categórica que a tecnologia tem desempenhado um papel estratégico fundamental no setor financeiro, proporcionando ganhos técnicos favoráveis à agilidade em processos internos e muito mais qualidade nos serviços prestados. Claro, a ascensão das fintechs é um exemplo contundente de como a presença da máquina se confunde positivamente com a inovação em instituições financeiras, sempre sob o pretexto de corresponder às expectativas de um público consumidor cada vez mais exigente. E por trás dos benefícios evidenciados através de soluções tecnológicas, a segurança encabeça uma lista cuja urgência precisa ser discutida.
Em resumo, o próprio conceito de fintech aponta para uma organização que carrega a tecnologia em seu cerne operacional. Nesse sentido, para que o gestor consiga impulsionar a transparência de sua empresa, bem como conquistar a garantia de que o mercado financeiro está visualizando seu negócio como uma oportunidade verdadeiramente promissora, é imprescindível se apoiar em uma preocupação genuína com a segurança das informações disponíveis.
Soluções de onboarding em prol da estabilidade processual
Com o núcleo de atividades suportado majoritariamente pela tecnologia, o grande questionamento repousa na escolha por artifícios capazes de fortificar todas as etapas que levam à experiência do usuário. Desde o momento do cadastro à utilização dos serviços oferecidos no dia a dia, a segurança se faz presente na medida em que transações digitais estão sujeitas a ataques criminosos e vazamentos que comprometem o crescimento de qualquer negócio.
Pensando em alternativas de se evitar problemas relacionados à questão abordada neste artigo, o segmento financeiro encontra soluções positivas e de implementação simplificada. A exemplo de plataformas de onboarding digital, que carregam meios de se sustentar uma área de TI consolidada, sem brechas ou gargalos que deixam a fintech em uma situação clara de vulnerabilidade. Ferramentas de comparação biométrica, login único e com a conectividade de APIs também são possibilidades de se pavimentar um caminho seguro rumo à segurança informacional.
Cibersegurança é requisito comercial obrigatório
Como apostar todas as fichas em um determinado serviço financeiro se o mesmo não demonstra garantias voltadas para a segurança dos dados? Hoje em dia, os usuários estão interessados na forma que as empresas classificam e tratam as informações concedidas, passando por quesitos como confidencialidade e se a organização não está utilizando os materiais de modo indevido. Para agravar a situação, ataques de criminosos digitais têm crescido consideravelmente. Esses ingredientes, além de factíveis e evidenciados no momento que vivemos, apontam para a inserção da cibersegurança no planejamento das atividades.
As pessoas estão atrás de serviços ágeis, objetivos e práticos. Esses são componentes alcançáveis com a transformação digital e não por acaso, são marcas comuns de fintechs e instituições financeiras estruturadas digitalmente. No entanto, não se pode ignorar o trunfo ligado à integridade dos dados e como isso contribui para a criação de políticas assertivas de relacionamento com o usuário.
Sua fintech está preparada para um alto volume de dados?
Independentemente do segmento em que se está inserido, a tendência é de que com a expansão mercadológica e o crescimento do negócio, a demanda quanto à quantidade de dados disponíveis deve aumentar e se tornar um desafio constante na rotina de equipes e profissionais de TI. Obviamente, as fintechs não ficariam isentas desse cenário, já que costumam lidar com um tráfego elevado de informações financeiras sensíveis a rigor de lei. Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o debate mostra-se ainda mais relevante.
A realidade não é das mais animadoras, isso é fato. Recentemente, uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) indicou que cerca de 60% das empresas nacionais não se encontram em conformidade com o texto previsto pela nova legislação. Sempre há tempo para conduzir mudanças e transformar a mentalidade dos colaboradores sobre a importância de se respeitar noções de consentimento e privacidade na abordagem empregada às informações armazenadas.
Encerro o texto destacando que são numerosos os benefícios da segurança dos dados para o sucesso de uma fintech. Com esse nível de integridade nos processos internos, desde a coleta de documentos à tomada de decisões referentes ao relacionamento com o usuário, o setor financeiro encontra na tecnologia uma aliada estratégica que não se limita ao aprimoramento técnico, mas que também centraliza seus esforços na adesão de uma nova concepção mundial sobre as informações no ambiente empresarial.
Qual é a sua opinião sobre a segurança informacional e sua influência no cotidiano das fintechs?
* Luiz Penha é cofundador e COO da Nextcode. Com vasta experiência em Infraestrutura de TI e segurança de dados, o executivo possui mais de 11 anos de experiência na área.