* Por Adriano Aclina
Sem dúvidas, toda empresa que opta por investir na utilização de ferramentas inovadoras espera que a digitalização proporcione resultados transformadores. O cenário empresarial está cada vez mais consciente do que a tecnologia pode oferecer em termos operacionais, produtivos e estratégicos. No entanto, tão importante quanto compreender os benefícios da inovação é identificar meios de se retirar essas ideias do papel e colocá-las em prática no dia a dia das equipes.
Com a Automação Robótica de Processos (RPA), o gestor encontra a possibilidade de direcionar atividades repetitivas para o comando de robôs desenvolvidos por meio de softwares, deixando que eles se encarreguem de conduzir tarefas rotineiras. Muitas vezes, esses procedimentos são realizados por colaboradores, que dedicam tempo e esforço para lidar com fluxos padronizados e exaustivos sob uma ótica humana. Mais do que um sinal positivo para a produtividade das pessoas, é importante encarar essa mudança como uma grande oportunidade para se respaldar planejamentos estratégicos seguros e que apresentem os resultados desejados.
Um convite para reconhecer pontos de aprimoramento
Antes de adotar a implementação tecnológica, o líder corporativo deve, em suma, olhar para dentro de sua empresa e realizar um diagnóstico amplo sobre o que pode ou não ser automatizado. Essa etapa, apesar de primária, é fundamental para que a utilização da RPA seja compatível com as demandas da organização.
Quando o assunto é transformação digital, por exemplo, é muito fácil projetar ganhos impactantes e vantagens naturais a uma companhia amadurecida digitalmente, mas as iniciativas que precedem esse estágio avançado de eficiência são tão relevantes quanto os objetivos traçados. Sem um conhecimento aprofundado e que inclua todos, sem distinções, a presença da tecnologia pode acabar incompleta.
Dados consolidados oferecem melhores insights
Grande parte da influência positiva que a automatização pode exercer sobre a atuação dos profissionais recai sobre a figura dos dados. Não por acaso, com o crescimento e a expansão mercadológica, é esperado que o fluxo de informações aumente gradualmente, exigindo um acompanhamento flexível por parte das equipes. Dentro desse contexto, a RPA assume o gerenciamento dos materiais movimentados no âmbito interno, com agilidade e segurança, sem que possíveis falhas originadas pela intervenção humana comprometam a integridade das operações.
Deve-se destacar que retirar essa função processual dos profissionais não significa ofuscar o protagonismo das pessoas no ambiente de trabalho. O intuito é justamente reverso. Com a tecnologia cuidando dessas tarefas que não exigem um repertório intelectual elevado, os colaboradores poderão centralizar suas atenções no que possui, de fato, valor estratégico para o negócio.
Com a geração de insights técnicos e respaldados pela precisão exclusiva à tecnologia, os insumos serão variados e servirão de parâmetro para que melhores decisões sejam tomadas rotineiramente, em diversos departamentos.
Estratégia passa por profissionais com autonomia
Utilizando o título do artigo como base para uma reflexão final, considero que a perspectiva estratégica de uma empresa passa diretamente pela participação dos profissionais e como eles se comportam junto à inovação. De nada adiantará investir energias na automação de processos, com seriedade e avaliação constante, se a atuação dos que respiram a empresa estiver fora da equação.
A RPA, com todos os seus benefícios, é somente um meio para que o gestor construa uma cultura organizacional cuja resiliência é refletida por seus colaboradores, que possuirão os artifícios necessários para deixar o lugar comum, de trabalhos saturados, e criar ações de alto teor estratégico, valorizando suas capacitações e conquistando diferenciais competitivos favoráveis ao crescimento da organização.
* Adriano Aclina é Desenvolvedor Web na Receiv, sistema de cobrança inteligente.