A Beleaf, startup de alimentos plant-based, recebeu um aporte de R$ 1,1 milhão da GR8 Ventures, gestora brasileira de investimentos em startups com alto potencial de crescimento. Com isso, a Beleaf se consolida no movimento que, em linhas gerais, incentiva o consumo de comidas à base de plantas.
Criada em 2016, a Beleaf, como o próprio nome revela, acredita em mudanças. Cresceu oito vezes nos últimos dois anos. Em 2020 o faturamento mais que triplicou em relação a 2019, chegando a R$7 milhões. Hoje a empresa emprega 53 funcionários, com projeção de manter a trajetória de crescimento nos próximos dois anos, chegando a 2023 com 100 colaboradores. Depois do aporte, a meta da empresa agora é se firmar como maior referência em alimentação plant-based no país e ampliar o alcance da marca – e da proposta.
Campo para expandir o conceito é o que não falta. Segundo a agência de pesquisa de mercado Euromonitor, em 2015 o setor chegou a faturar R$ 246,7 milhões em todo o mundo. Já no ano passado, foram R$ 418,7 milhões, um salto significativo em relação ao levantamento anterior. Para 2025, a projeção é de R$ 666,5 milhões. No Brasil, estudo do Ibope revela que metade dos ouvidos reduziu o consumo de carne em 2020 e que 39% deles consomem alternativas vegetais em substituição às animais pelo menos três vezes por semana.
Negócio em que todos ganham
A Beleaf nasceu em São Paulo do anseio de abocanhar o mercado focando em boas práticas, voltadas à saúde e à sustentabilidade. Segundo seu cofundador e CEO Fernando Bardusco, até agora só há motivos para orgulho e comemoração: com planejamento, tudo o que foi produzido pela empresa e consumido por seus clientes deixou-se de emitir 169 toneladas de CO2, 1,63 milhão de metros quadrados de terra foram poupados (o equivalente a 229 estádios do Maracanã), e foram economizados R$ 2 milhões em consumo de água.
O cálculo compara o uso de recursos na produção de vegetais em relação à mesma quantidade que seria gasta na produção de ingredientes de origem animal. Além disso, 5% do lucro da Beleaf são destinados a obras sociais, o que reforça o compromisso da startup com a responsabilidade social.
“A alimentação plant-based é economicamente viável e já conquistou grande espaço nos Estados Unidos, em países da Europa e parte da Ásia. O Brasil está alguns passos atrás, mas é só uma questão de tempo para que o consumidor perceba os benefícios para sua própria saúde e à sobrevivência do nosso planeta”, comenta Bardusco.
Além de São Paulo, a Beleaf já atua no Rio de Janeiro e na região de Campinas, com planos de expansão para Curitiba e Belo Horizonte ainda este semestre. A startup está saindo de uma cozinha industrial de 250 metros quadrados para outra de mil metros quadrados.
“Vamos também ampliar o portfólio gradativamente, preencher os espaços em branco. É nossa estratégia perceber quais são os anseios e as expectativas do consumidor. Queremos oferecer almoço, jantar, enfim, a alimentação diária completa. A relação custo-benefício para nossos clientes é excelente” completa Fernando Bardusco.
Receita de crescimento
Fernanda Gottardi, sócia da GR8 Ventures, é entusiasta do trabalho da Beleaf. Segundo ela, ficou claro desde o início que a startup atendia a uma demanda crescente do mercado de alimentação.
“As novas gerações têm se interessado cada vez mais por comida saudável e a Beleaf preenche justamente essa lacuna. Além do mais, os consumidores querem saber a origem daquilo que compram, abraçam o consumo consciente. Eles focam no bem-estar e na sustentabilidade. Ou seja, tudo que puder melhorar a expectativa de vida, reduzir o uso de agroquímicos e minimizar o impacto ambiental é bem-vindo. As embalagens dos alimentos também são recicláveis, fazendo com que toda a cadeia esteja integrada ao movimento”, diz Fernanda.
Além disso, Fernanda observa que, por trabalhar com empresas early stage, a GR8 Ventures sempre observa atentamente a capacidade e a qualidade de gestão dos fundadores das empresas. “Em nossa visão, os fundadores da Beleaf são um cartão de visitas da marca, trabalham com o que gostam e naquilo em que realmente acreditam. Não é só um produto, mas sim um estilo, um conceito de vida, uma experiência pessoal positiva que transmitem a outras pessoas. É bom lembrar também que no Brasil ainda não há players relevantes no segmento de alimentação plant-based. É uma área incipiente, a qual eles conhecem em detalhes, acrescenta Fernanda.
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