* Por Caio Bretones
Não é novidade que o pagamento via Pix vem facilitando a vida de muitos brasileiros. São pagamentos instantâneos, feitos de forma simples pelos usuários e que não precisam do uso de cartões ou outras formas de validação. Os impactos na economia estão sendo tão significativos que, neste ano, os serviços bancários de Documento de Crédito (DOC) e de Transferência Especial de Crédito (TEC) foram descontinuados. Os especialistas, agora, intensificam suas análises para saber qual será o próximo grande impacto que o Pix causará no universo das transações bancárias tradicionais.
Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), lançada em janeiro, o Pix é o modelo mais utilizado pela população atualmente (72%), ganhando do cartão de débito (44%) e cartão de crédito (36%). Além disso, o levantamento aponta o quanto o Pix já faz parte do dia a dia do brasileiro: apesar do pouco tempo de lançamento (feito em 2020), 99% dos consumidores possuem uma chave cadastrada. Entre os que utilizam a modalidade, 65% usam sempre.
Diante de todo esse cenário, o que devemos esperar para o Pix em 2024? A verdade é que, sendo o mercado financeiro um dos que mais se desenvolvem diariamente, é complexo ter certezas sobre o cenário como um todo. Mas alguns caminhos, muito prováveis, podem ser apontados. O primeiro deles é a mudança do brasileiro em utilizar cartões de crédito ou fazer compras parceladas. Não, o cartão de crédito não vai acabar com a expansão do Pix, mas é fato que sofrerá impactos – principalmente em relação à preferência do consumidor no dia a dia, como mostra a pesquisa da CNDL.
A partir disso, surge um outro ponto que foi amplamente discutido ao longo de 2023 e que, por isso, devemos observar resultados em 2024: pagar contas com crédito via Pix. Ou seja, ao invés de o dinheiro ser debitado automaticamente, o valor entra na fatura mensal e pode ser parcelado em até 12 vezes. É uma forma pensada para a pessoa (física ou jurídica) usar o limite do cartão de crédito em pagamentos via Pix. Essa mudança vem trazendo à tona outras discussões, como a cobrança em cima dos serviços realizados.
Taxação do Pix
Nesses primeiros meses de 2024, o Banco Central tem se mantido firme na ideia de que as transferências via Pix continuarão gratuitas para pessoas físicas. Mas, para alguns outros casos, poderá haver algumas mudanças. Entre elas, a taxação com base no recebimento de recursos com finalidade comercial por pessoas físicas. Além disso, no envio de recursos, como saques ou trocos, a partir da nona transação no mês.
Mudanças a partir de outubro
Oficializado pelo Banco Central em dezembro de 2023, a partir de outubro de 2024, as instituições financeiras passarão a oferecer o Pix automático. Com isso, os usuários poderão pagar contas recorrentes (água, luz, internet, entre outros) por meio do Pix. Além disso, para transações entre pessoas físicas (aluguel, mesada, entre outros), os bancos terão a oferta de Pix agendado. Ou seja, neste cenário, devemos esperar uma ascensão ainda maior do Pix em 2024 e 2025.
Com esse contexto, para os próximos meses, esse modelo de pagamentos deverá ter um sistema ainda mais aprimorado e focado em atender diversas necessidades – seja das pessoas físicas ou jurídicas. Com esse crescimento, claro, ficarão cada vez mais comuns debates sobre taxação, limites, regulação e segurança em cada transação. São mudanças necessárias e previstas para continuar com serviços que beneficiem e facilitem as operações da população.
*Caio Bretones é head de produtos de Digital Banking da Dimensa, líder em tecnologia e infraestrutura para operações financeiras, com sistemas escaláveis e adaptáveis ao porte de cada negócio.
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