*Por Marcelo Franco
“Em Venture Capital, a qualidade da relação entre investidor e investida é muitas vezes o fator determinante para o sucesso. A confiança, a comunicação aberta e o apoio mútuo são fundamentais para transformar promessas em resultados. Afinal, usamos o Smart Money para investir em pessoas, não apenas em empresas”.
A frase acima, do lendário investidor Marc Andreessen, mostra o conceito de “smart money”, destacando como a relação entre investidor e investida vai além do dinheiro, incorporando também elementos intangíveis que podem ser de grande valor para a startup.
Mas o que seria captar um “dinheiro inteligente”? Qual é o conceito principal de smart money e em que exatamente implica essa proposta? O conceito já é bastante conhecido entre investidores. Ele vai além do aporte de capital, envolvendo um grupo de investidores que trazem consigo não apenas recursos financeiros, mas também uma riqueza de experiência, acesso à empresas de sucesso, conexões com outros empreendedores e executivos, relacionamentos com outros investidores, oportunidades de networking, orientação estratégica, mentoria, assistência direcionada em setores específicos entre outros.
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Em essência, o conceito de smart money transcende a simples injeção de capital, abrangendo uma gama de recursos intangíveis e valiosos que têm o potencial de impulsionar o crescimento e o sucesso da empresa de maneira significativamente mais eficaz.
Sem dúvidas esse tipo de investimento deve ser considerado cada vez mais como o investimento mais valioso para uma startup, pois ele auxilia os fundadores a evitar armadilhas comuns, a aprimorar seu modelo de negócios, além de tomar decisões mais certeiras. Ter investidores smart money no começo da jornada de uma startup não apenas ajuda a validar a viabilidade do negócio, mas também aumenta a credibilidade perante outros investidores e potenciais parceiros.
Diante do cenário atual do mercado, o smart money passa a ser ainda mais fundamental na hora de decidir para qual caminho a startup vai. Vemos que as maiores dificuldades que essas empresas enfrentam no Brasil incluem a falta de mercado viável, incerteza no modelo de negócios, acesso limitado a capital, complexidade regulatória, escassez de talentos qualificados, inexperiência empreendedora, concorrência intensa, resistência à mudança, falta de métricas adequadas e problemas de gestão financeira. Esses desafios podem variar conforme o setor e a localização, exigindo planejamento estratégico, adaptabilidade e habilidades de gestão por parte dos empreendedores para superá-los.
Mas será que toda startup precisa de um smart money?
Costumo ouvir bastante essa pergunta e sobre em que momento uma startup deve considerar esse tipo de investimento, se existe um momento ideal para buscá-lo. Sempre digo que a decisão de buscar um “investidor smart money” deve ser baseada na estratégia e no estágio da startup. É importante considerar que cada startup é única, e o momento certo para buscar esse tipo de investimento pode variar consideravelmente.
Além disso, alguns modelos de negócios podem se beneficiar mais e outros menos. É importante que os empreendedores tenham mapeado alguns investidores com esse perfil, de serem mais “hands-on” em seus investimentos e de colaborar com as startups desde o início.
Falando sob o ponto de vista de investidor, na Verve Capital, por exemplo, sempre levamos em consideração que toda assistência é valiosa nos estágios iniciais, especialmente no contexto brasileiro. Como a nossa atuação é centrada nos estágios pré-seed e seed – sendo de fato o primeiro cheque das startups – acreditamos que ao invés de simplesmente captar em uma ponta e entregar o dinheiro para outra, atuamos para promover o encontro entre os diferentes atores do ecossistema.
Na hora de definir qual fundo irá aportar na sua startup, é essencial e bastante relevante encontrar investidores que levem em conta pilares fundamentais como: conexão, usando a rede para aproximar as startups de potenciais clientes e ajudá-las a chegar onde desejam; suporte operacional para montar as bases do negócio, auxiliando com gestão financeira, jurídica, etc; e apoio nas rodadas futuras, definindo a diluição, tamanho do cheque e conectando a outros investidores. Para isso, o fundo de investimento escolhido precisa estar constantemente empenhado em empregar sua rede em benefício de seu portfólio de empresas.
O “smart money” não é necessariamente uma solução garantida para evitar a falência de uma empresa ou garantir o sucesso absoluto de uma startup, mas, sem dúvidas, deve ser considerado e avaliado com bastante otimismo, levando em conta que um investidor que agregue conhecimento pode ser tão importante quanto o próprio dinheiro.
*Marcelo Franco é fundador da Verve Capital, fundo de investimento que tem como foco startups em estágio inicial
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