* Por Felipe Ferreira
De acordo com dados do Censo Escolar, o aumento de matrículas de estudantes com necessidades especiais cresceu mais de 30% em todo país. Isso ressalta a demanda do público diverso e a importância do debate e de práticas voltadas à inclusão em todas as escolas.
Conforme a lei n.º 13.005, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), escolas brasileiras devem garantir um sistema inclusivo. Ou seja, uma educação voltada à formação completa e livre de preconceitos, que reconhece as diferenças e dá a elas seu devido valor.
Para isso acontecer, é fundamental a criação de redes de apoio aos educadores. Portanto, o aprendizado dos alunos com deficiência é de responsabilidade de todos que fazem parte do processo educacional e não apenas do professor. Nesse sentido, existem as redes de apoio compostas por pessoas que colaboram no processo de ensino e aprendizagem do aluno, como a família e os profissionais da área de saúde.
Outra preocupação que a escola deve ter é fornecer aos seus educadores capacitação e formação continuada, fundamentais para lidar com esses alunos, bem como as adaptações e os equipamentos necessários para o seu aprendizado. Infelizmente, os cursos de graduação não preparam os futuros professores para lidarem com as diferenças e particularidades de cada aluno.
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Para lidar com este empecilho na formação dos pedagogos, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve ser utilizada para orientar as escolas. Ela deve ser seguida por toda a educação básica, porém não se trata de algo fixo e imutável. Realizar uma flexibilização nesse currículo de modo a favorecer a aprendizagem do aluno com deficiência também é papel e responsabilidade da escola e de todos os seus educadores. Essa flexibilização inclui fornecer material e mobiliário essenciais e adquirir equipamentos específicos, como computadores e softwares.
A escola não está sozinha nessa tarefa. Esse deve ser um trabalho conjunto entre a escola regular, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o Estado. Desde a estrutura do prédio até os métodos de ensino adotados, escolas precisam se preparar para ter salas e ambientes multifuncionais e inclusivos. Isso inclui pensar em acessibilidade e no ajuste de diversas instalações, como banheiros, que precisam ter pias e sanitários adequados para pessoas com necessidades especiais.
Em outra esfera, as abordagens de ensino também precisam ser repensadas. Um caminho é optar por metodologias ativas, que colocam o aluno no centro de seu processo de ensino e aprendizagem. Esses métodos são vantajosos, pois promovem uma educação mais empática, colaborativa e solidária, além de trabalhar a autonomia e confiança do aluno.
No mais, é importante adotar uma postura flexível em relação ao currículo e priorizar avaliações que considerem o processo, e não somente testes sumativos que analisam o quanto de conteúdo o aluno sabe. Atualmente, muito se fala sobre um processo de avaliação por projetos, que acompanham e testam o progresso do aluno integralmente, além de focar no desenvolvimento de habilidades interpessoais.
A educação inclusiva ainda está em fase de implementação no Brasil, por isso, são muitos os desafios a serem enfrentados. O maior deles ainda é a falta de preparo e capacitação dos professores para lidarem com os alunos com deficiência. O número de professores especialistas em Libras ou Braile, por exemplo, ainda está aquém do desejado.
Muitas escolas públicas também não têm os recursos financeiros necessários para fazer as adaptações ou comprar os equipamentos fundamentais às necessidades de seus alunos com deficiência. Os desafios são grandes, mas as iniciativas e a dedicação dos professores fazem com que ela aconteça.
* Felipe Ferreira é CEO e cofundador da Proesc, com MBA em Engenharia de Software e Bacharel em Sistemas de Informação
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