* Por Fernando Seabra
Cada vez mais vemos o uso da Inteligência Artificial (IA) dominar o nosso dia-a-dia. O uso de assistentes virtuais, chatbots e carros autônomos, por exemplo, são figuras intrínsecas ao nosso cotidiano.
A mais nova ferramenta de IA é o ChatGPT, programa treinado por humanos para reproduzir textos em prosa ou poesia. Desenvolvido pela OpenAI, startup cofundada por Elon Musk e o investidor Sam Altman, recebeu o aporte de US$1 bilhão da Microsoft há 4 anos, e a empresa anunciou no início de 2023 mais um investimento bilionário à startup, que pode chegar a 10 bilhões de dólares. Em apenas 5 dias o programa conquistou um milhão de usuários, e atualmente conta com 75 milhões de usuários mensais, de acordo com a SimilarWeb.
Com a crescente presença da IA em nossas vidas, onde encaixamos o ser humano e seu valor nisso tudo? Durante meu MBA na Peter Drucker School of Business, tive como professor Peter Drucker, pai da gestão moderna e adepto do conceito de Human Capital, ou Capital Humano. Ele afirma que a valorização e o reconhecimento das pessoas transformam esse tipo de capital. Em seu livro Desafio Gerencial no Século XXI (1999, p.28) constata que “Não se “gerencia” pessoas. A tarefa é liderar pessoas. A meta é tornar produtivos as forças e o conhecimento específicos de cada pessoa”.
Ainda sobre a temática, o economista Theodore Schultz (1950) define o termo da seguinte maneira: “Capital humano é a capacidade de conhecimentos, competências e atributos da personalidade de uma pessoa ao desempenhar um trabalho, de modo a produzir valor econômico.”
Atualmente, um diploma universitário é um requisito mínimo na vida de qualquer um de nós. Nosso preparo se tornou uma commodity, já a atualização de nosso conhecimento se tornou ouro. Todo o conteúdo adquirido tanto no âmbito pessoal quanto profissional, as chamadas soft skills, é essencial para nosso sucesso em relação aos robôs, que se sobressaem cada dia mais.
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Um experimento feito por Neil Taylor, fundador da consultoria Schwa, comprovou a capacidade do ChatGPT. Taylor utilizou a ferramenta para preenchimento de currículo e carta de apresentação para uma vaga dentro de sua empresa. Ninguém do seu time de seleção percebeu que lidava com um robô e, além disso, o ChatGPT superou 80% dos candidatos, estando entre os 20% aceitos nas etapas iniciais.
Apesar de se destacar entre candidatos e substituir pessoas em trabalhos repetitivos, robôs não conseguem nos ultrapassar em dois fatores primordiais para a nossa valorização como humanos: a capacidade de interagir e se relacionar com o outro, e nossa aptidão de sentir e despertar emoções. Ademais, também não conseguem substituir trabalhos que exigem empatia, criatividade e raciocínio.
Se meu mestre Peter Drucker ainda estivesse entre nós, constataria que seus ensinamentos estão mais atuais do que nunca. É indiscutível o quanto o desenvolvimento das tecnologias de IA e em especial o ChatGPT trarão benefícios, ganho de escala e alta performance ao profissional de hoje. No entanto, nós, seres humanos, ao nos mantermos atualizados, nos tornamos cada vez mais valorizados e únicos diante de uma sociedade gradualmente mais tecnológica.
Fernando Seabra é investidor-anjo, avaliador Shark Tank Brasil, mentor do Planeta Startup, advisor no Batalha das Startups, diretor de Inovação da ACSP – Associação Comercial de São Paulo, Influenciador SAP Brasil, professor em diversos MBA’s na área de Inovação e Empreendedorismo e criador da metodologia Pitch Canvas. LinkedIn Creator, Colunista EconomiaSC e Expert Startupi. Atualmente é o brasileiro que mais participou de Reality Shows de Startups na TV Brasileira.