A geração Z esteve entre as mais atingidas pelas restrições sociais e trabalhistas devido à Covid-19, e os resultados indicam que esses jovens não estão dispostos a voltar aos modelos de trabalho pré-pandêmicos. Um levantamento encomendado pelo IWG, estudou as expectativas e hábitos profissionais dos nascidos entre 1997 e 2002.
Além de destacar as tendências comportamentais desses jovens, a pesquisa mostra aos empregadores o que é preciso oferecer para atrair e reter talentos. Entre os pontos principais, a geração em questão passa a exigir um equilíbrio maior entre a vida pessoal e profissional, escritórios próximos a seus lares e funções estimulantes.
À medida que a era dos longos deslocamentos se aproxima do fim, o estudo revelou que 85% desses trabalhadores querem um escritório perto de casa. Mais da metade (51%) quer ter a possibilidade de trabalhar de casa, enquanto apenas um quarto (25%) diz que um escritório no centro da cidade seria importante.
Quanto ao horário de trabalho, 38% dos jovens gostaria de ter uma jornada flexível, com 43% dizendo que deixariam um emprego que não oferecesse um bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. O salário é o fator mais importante ao aceitar um novo cargo, sendo citado por 73% dos trabalhadores. Em paralelo, o salário abaixo das expectativas (53%) e a falta de evolução na carreira (41%) foram os principais motivos para deixar um emprego.
Para Mark Dixon, fundador e CEO da Regus, a geração Z é o futuro da força de trabalho e da economia no mundo, e este estudo demonstra como eles já estão moldando a palavra “trabalho”. “Foram-se os dias em que os colaboradores mais jovens aceitavam os longos e demorados deslocamentos. Por isso, as empresas precisam oferecer locais de trabalho flexíveis para atrair e reter os talentos dessa geração. A pandemia acelerou as tendências do trabalho híbrido, e como os próximos líderes empresarias irão desta geração, essa realidade está aqui para ficar”, conclui.
A geração Z e o trabalho híbrido
Outro estudo, da Global Workplace Analytics, descobriu que a adoção do híbrido e a utilização de espaço de escritório flexível podem economizar até US$ 11 mil por funcionário ao ano. Dessa forma, ao mesmo tempo em que oferecem aos trabalhadores Gen Z a flexibilidade que desejam, as empresas reduzem significativamente seus gastos.
A mostra indica que essa geração não está disposta a se contentar com o trabalho maçante apenas para pegar seu salário. Dos participantes, 46% disseram que um trabalho interessante também é crucial para que eles permaneçam no emprego — e o mesmo número diz que deixaria a vaga se a função fosse insatisfatória. Por buscarem flexibilidade e salários competitivos, o trabalho híbrido será uma ferramenta essencial para contratar e reter os melhores talentos.