*Por Fabiana Ramos
O Web Summit não é somente o principal evento de inovação do mundo – também é um confronto incrível de ideias e um questionamento constante do que somos, do que fazemos e para onde iremos. Em muitos momentos é também um tapa na cara.
Sim, porque choca ver um menino ou uma menina ainda na adolescência apresentando um conceito de negócios em um palco para centenas ou milhares de pessoas. Bate primeiro uma sensação de “o que posso aprender com essa criança?”, para depois entender que é fundamental aprender com os mais novos. Afinal de contas, logo serão eles a comandar o mundo.
A demografia ajuda a explicar: até o final da década, estima-se que a Geração Z corresponderá a 50% do PIB global, enquanto as gerações mais velhas perderão participação. Mais ainda: essa é a primeira geração nativa digital, e já vem seguida pelos Alpha e pela Gen-C, os “filhos da Covid”.
Você parou para pensar em como crescerão as crianças que passaram dois anos isoladas em casa quando bebês? É muito possível que elas tenham uma estrutura psicológica diferente da nossa, pois enfrentaram desafios diferentes em uma época de formação da personalidade. Com isso, certamente verão o mundo de uma maneira diversa da nossa.
Já começamos a viver esse movimento. Em 2018, Greta Thunberg tornou-se uma liderança global do movimento ativista aos 15 anos de idade. Vemos exemplos da “juventude que faz” em toda parte – inclusive no dia a dia dos nossos negócios.
Não há saída: o choque de gerações está em toda parte. Como gestores, precisamos nos preparar e capacitar nossos times para lidar com a chegada de pessoas que são movidas por razões diferentes e que têm um timing todo próprio. Sabe aquele estereótipo do “estagiário que quer virar diretor em 6 meses”? Esse profissional não deve mais ser visto como um problema, mas como uma oportunidade de gerar inovação para a empresa.
Difícil, não é?
Mas essa é uma provocação que todos nós precisamos fazer para nossos negócios ao voltarmos do Web Summit e concluirmos nosso planejamento para 2023. A inovação nunca é um processo confortável. Ao abrir novos horizontes, quem se sente confortável está fazendo alguma coisa errada.
Isso acontece porque a insegurança do desconhecido é algo natural para o ser humano. Somos moldados por milhares de anos de evolução a buscar o que nos parece seguro e garantido. Mas o ambiente de negócios de hoje é infinitamente mais acelerado do que algumas décadas atrás. Precisamos fazer diferente.
Fabiana é a CEO da PinePR. Responsável, principalmente, pela expansão comercial da agência e pelo avanço da oferta de produtos e serviços. Ela tem a missão de colocar em prática as decisões tomadas no conselho administrativo da empresa, reforçar o posicionamento da PinePR como referência no mercado e garantir a melhor experiência para os clientes.