* Por Fernanda Zemel
Normalmente, quando ouvimos os termos “empreendedorismo” ou “empreendedoras/es”, de cara associamos a novas iniciativas: como a abertura de uma empresa, assim como as pessoas à frente de novas empresas – ou startups como costuma-se falar no mercado de tecnologia e inovação.
Recentemente li no dicionário Oxford duas definições do termo “empreendedorismo”, que gostei muito, e quero compartilhar aqui com vocês:
1- Disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços, negócios.
2- Iniciativa de implementar novos negócios ou mudanças em empresas já existentes, ger. com alterações que envolvem inovação e riscos.
Como co-fundadora em uma startup, mulher e mom-to-be (grávida de 9 meses e incubando mais uma grande empreitada) me identifico muito com essas definições. Diria que, enquanto mulheres e dentro do mercado de trabalho, estamos constantemente empreendendo. Nos reinventando e criando novos espaços. É assim que me sinto: uma eterna empreendedora, pessoal e profissionalmente.
Porque acredito que mulheres são empreendedoras natas
Apesar dos números (ainda) muito baixos – segundo o estudo “Female Founders Report 2021” 90% das startups brasileiras foram fundadas por um time formado exclusivamente por homens – quero propor aqui uma rodada de celebração por iniciativas que tenho experienciado estando junto da Labora, uma startup que atua pela inclusão das diversidades no mercado de trabalho, e que me levam à conclusão de que, nós mulheres, somos empreendedoras natas.
Uma das frentes que atuamos na Labora é a inclusão da diversidade geracional no mercado de trabalho. Ou seja, a geração de oportunidades de trabalho e desenvolvimento profissional de pessoas que integram a faixa etária de 50 anos para cima.
Destaco orgulhosamente que a comunidade da Labora é formada majoritariamente por mulheres – ou seja, mais da metade da comunidade se auto declara do gênero feminino.
Historicamente estamos frequentemente precisando reforçar para o que viemos e criar nosso espaço em ambientes diversos. Estamos sempre prontas para desbravar o desconhecido e buscar novos horizontes; Se por um lado isso pode ser extremamente cansativo, por outro nos fortalece, diferencia e faz com que eu possa dizer que o empreendedorismo está em nós.
Ainda com orgulho, gostaria de pontuar aqui a disposição deste grupo (a comunidade de mulheres da Labora) em se reinventar e buscar o novo, a partir da aprendizagem contínua e da realização de certificações de desenvolvimento profissionalizante para um reinício e reinvenção em áreas absolutamente inovadoras como a de Customer Experience e Tecnologia.
Acostumadas a brigar pelo nosso espaço, reconhecemos a importância e a potência em estarmos sempre nos desenvolvendo, com o objetivo de ocupar espaços até então pouco explorados por nós (ou, porque não dizer, para nós).
Para finalizar, compartilho com vocês, com um mix de sentimentos, que hoje – o dia que escrevo esse texto, é o meu último dia antes de sair para a minha Licença Maternidade. Pronta para empreender no que talvez seja o meu maior desafio até hoje, fico feliz em reconhecer o espaço que nós mulheres percorremos e as portas que temos aberto umas para as outras: com tempo para cuidar de nossos filhos, oportunidades de trabalho que reconhecem às nossas necessidades pessoais e empresas que criam novos espaços e formatos de trabalho – como jornadas mais curtas e novas posições de trabalho, reconhecendo o valor que trazemos para o dia a dia profissional, a partir de soft skills que adquirimos na maternidade.
Dados como esses nos mostram que a caminhada pode ainda ser longa, mas que, cada vez mais, fica clara a participação da mulher como uma chave fundamental para o sucesso do mercado. Seja empreendendo dentro de empresas, ou como empreendedoras em iniciativas próprias.
Como diz o dicionário Oxford, empreendedora é aquela com “disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços e negócios.”
E então, vamos juntas?!
Fernanda Zemel é Cofundadora da Labora, startup membro do Cubo Itaú que atua pela inclusão de talentos da diversidade no mercado de trabalho, e da plataforma Women Creating, uma plataforma com foco em mulheres profissionais.