* Por Rafael Dal Molin
Durante o último ano, falamos bastante do quanto a pandemia mudou os hábitos de consumo dos brasileiros. Dentre as modificações mais significativas, está o fato de que o varejo digital se tornou o principal meio de compra de produtos e serviços do país. Para se ter uma ideia, cerca de 10 milhões de pessoas fizeram aquisições pela primeira vez na internet durante a quarentena e o distanciamento social, de acordo com uma pesquisa realizada pela Nuvemshop, plataforma que atende 70 mil lojas online de pequenas e médias empresas na América Latina.
Levando em consideração que as vendas no e-commerce devem subir 26% no país esse ano, segundo expectativas da Ebit/Nielsen, que aponta a reputação das lojas e traz dados para o mercado online, é fácil imaginar que marcas que não estiverem presentes no mundo virtual dificilmente conseguirão sobreviver. E vou além: empreendedores que não contarem com um Sistema de Integração de Gestão Empresarial (ERP) no seu negócio podem se perder em meio às demandas, deixar passar alguma solicitação e fracassar na conquista por clientes.
Pouco se comenta sobre a importância que os softwares e as tecnologias de gestão têm na administração das plataformas de vendas online e acho válido conversamos sobre isso, ainda que me pareça bastante claro. De maneira geral, um ERP atua como se fosse o cérebro de uma operação, uma vez que controla e centraliza todas as informações obtidas em diferentes frentes do comércio eletrônico, permitindo que os responsáveis e a equipe tenham acesso aos dados de forma organizada, via nuvem e tempo real, de qualquer lugar do mundo.
Diria também, que o ERP possui uma relação direta com o crescimento da loja online, já que contribui com o desempenho da marca e permite que os seus fundadores tomem decisões estratégicas mais assertivas, economizando tempo, dinheiro e reduzindo as margens de erros humanos. Dentre as principais vantagens da solução, destaco a facilidade de cadastrar as mercadorias e suas especificidades, o sistemático controle do estoque, a organização dos pedidos e a emissão de notas fiscais de forma automatizada, rápida e eficaz, além de outros.
Com as informações unificadas, o lojista organiza todos os departamentos da empresa, enxergando quais os itens que estão saindo com mais frequência, quais estão parados no armazém e quais encomendas ele já pode liberar para a entrega. E quanto mais transparentes forem esses dados, mais depressa ele toma uma atitude. Consumidores felizes são aqueles que não encontram percalços durante o momento da compra, ou seja: o que eles buscam está disponível no e-commerce, o pagamento é facilitado e o pacote chega dentro do prazo estimado.
Empreendedores me perguntam o que devem considerar na hora de escolher um ERP e sempre digo que depende muito do momento em que a empresa está, do setor de atuação, de quais são as obrigações fiscais e os pontos que eles querem melhorar, tendo em vista que os softwares contribuem com o fortalecimento da gestão, simplificam as rotinas administrativas e proporcionam a escalabilidade das vendas. Temos no mercado o que há de mais moderno em termos de tecnologias voltadas para o e-commerce e é preciso pesquisar com cautela.
Investir em ferramentas que facilitam a gestão empresarial é uma escolha inteligente para quem deseja colher bons frutos. Diferentemente do que muita gente acredita, os ERPs são soluções intuitivas, práticas e fáceis de serem utilizadas. Se você é um pequeno empresário, tire da sua cabeça que só as multinacionais precisam adotar metodologias para a otimização e automação de processos. Você é o grande responsável pelo seu desenvolvimento. Deixe as planilhas de lado e se comprometa com o crescimento da sua empresa. Boa sorte!
* Rafael Dal Molin é mestre em Computação Aplicada e Ciência da Computação na Universidade de Passo Fundo (RS) e é Diretor da Elevor, scale-up que desenvolve softwares de gestão empresarial para os mais variados segmentos.