Segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey no último ano, as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) correspondem a quase 30% do PIB e 50% dos empregos com carteira assinada no país. Ainda assim, apenas 9% da oferta de crédito foi destinada a este grupo em 2021. A fintech Crediblue, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Gestora Genial, vem para incrementar esse cenário de crédito, com um fundo de até R$ 500 milhões exclusivo para MPMEs.
O portfólio, que recebe recursos no BNDESPar, terá a originação de créditos feito pela fintech, por meio de uma cota sênior. A gerente de novos negócios da Crediblue, Isabela Franco, afirma que a expansão de crédito por meio de canais alternativos é uma tendência mundial que ganhou ainda mais força frente à pandemia. “Esse crescimento está alinhado ao propósito da Crediblue de pulverizar o crédito para empreendedores de diferentes portes. A carteira terá um efeito prático de meio bilhão no mercado, alcançando centenas de empresas em todo território nacional”.
Franco informa que as operações terão prazo de pagamento de até 120 meses, com seis meses para começar a primeira parcela. “São créditos fornecidos com garantia imobiliária especialmente na modalidade home equity. Portanto, os custos são significativamente menores do que as linhas de crédito normalmente acessadas pelas MPMEs como, por exemplo, conta-garantida e antecipação de recebíveis. Além disso, com maior prazo de pagamento, os empresários podem planejar melhor seus investimentos e organizar suas finanças”, explica. A expectativa, ainda segundo a especialista, é que os desembolsos do fundo estejam completos dentro de 24 meses.
Expansão
Além de agregar no portfólio dos produtos da fintech, a nova parceria com o BNDES também vem para acelerar a expansão da rede de parceiros da empresa. A Crediblue possui uma rede com mais de 700 parceiros em todo território nacional, presente, além dos grandes centros, em diversas regiões que não possuem fácil acesso ao mercado de capitais, como por exemplo Balsa, no Maranhão, e Tangará da Serra, Mato Grosso.
“Nosso objetivo é formar uma rede com 2.500 parceiros em todo o território nacional. Chegamos aonde o sistema tradicional não alcança, levando flexibilidade e celeridade ao empreendedor, visto que temos operações sendo realizadas de ponta a ponta em até 14 dias corridos, graças a toda tecnologia desenvolvida em nossa plataforma”, assegura a analista de novos negócios, Isabela Franco.
Fundo social
Em conjunto com essa iniciativa, um valor de até R$ 500 mil do fundo será destinado para que famílias de baixa renda possam registrar seus imóveis. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, há uma estimativa de que metade dos domicílios urbanos do país estão irregulares, deixando vulneráveis moradores e municípios. “Passamos por um processo de diligência complexo e difícil para garantir esse aporte, e somos a única fintech goiana parceira do BNDES. Não poderíamos, portanto, deixar fora do planejamento o viés social deste projeto”, conclui Franco.
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